Melhores do Ano pelo Telas: Filmes
É verdade que a pandemia de 2020 impactou a indústria cinematográfica de uma forma jamais vista. Inúmeros filmes tiveram suas estreias adiadas e suspensas e os serviços de streaming se consolidaram ainda mais no mercado. Será que as salas de cinema vão deixar de ter importância? A gente espera que não porque a saudade de encontrar as amigas, comprar uma pipoca e ver um filme na telona está maior do que poderíamos imaginar. Mas calma que já já a vacina sai e a gente pode voltar a sentar nas poltronas para ver os filmes que a gente tanto quer. Mas, mesmo assim, teve muito filme sendo lançado esse ano e a disputa para o melhor foi acirrada, viu? Se liga na nossa lista com os melhores de 2020 (sem ordem específica).
Aves de Rapina
Tive a sorte de assistir a Aves de Rapina: Arlequina e Sua Emancipação Fantabulosa (sim, eu vou falar o nome todo desse filme porque ele merece) no cinema antes da pandemia e, olha, ele valeu a espera e todo o hype que a Margot Robbie fez ao assumir o cargo de produtora com a promessa de mostrar uma Arlequina menos sexualizadae sem a ótica machista que atrapalhou a personagem em Esquadrão Suicida. O filme traz a típica violência e seriedade “adulta” pelas quais os filmes da DC são conhecidos, e consegue elencar bem a loucura da Arlequina com elementos coloridos e muito glitter. Minha única reclamação fica para o título do filme: as Aves de Rapina só aparecem de fato faltando uns trinta minutos para terminar o longa, então a história é bem focada na Arlequina e ela deveria ter maior destaque no nome.
O Poço
O filme, que foi lançado em novembro de 2019 na Netflix da Espanha e chegou em 2020 na plataforma brasileira, deu o que falar. No comecinho da quarentena, muita gente ficou dividida entre ser uma obra genial ou um enredo maluco. Eu sou do time “é um dos melhores filmes do ano” - e se bobear, da vida. Basicamente, é uma história sobre um grupo de pessoas que são divididas por níveis (1, 2, 50, 300…) e devem comer as sobras do andar de cima. Assim, quanto mais no topo você está, melhor. É uma mensagem clara sobre a luta de classes e como fazer com que as injustiças do sistema, tão óbvias para alguns, sejam conhecidas por todos. Além disso, acho perfeito que, para metáfora, escolheram uma das coisas mais humanas e, ao mesmo tempo, grotescas da humanidade: a fome. É sinceramente de ficar dias pensando. Aconselho dar uma lida em teorias sobre o final, caso você tenha ficado perdido inicialmente - para mim, deixou tudo mil vezes melhor.
Viver Duas Vezes
Vivir Dos Veces, nome original em espanhol, estreou nos cinemas da Espanha em 019, mas foi divulgado mundialmente pela Netflix somente em janeiro de 2020. A história, que chegou sem muito alarde à plataforma espanhola, mostra um momento dramático da vida de Emilio (Oscar Martínez), um senhor de 70 anos que descobre estar com Alzheimer e quer reencontrar o grande amor de infância. Esse fato já emociona quem passa ou já vivenciou essa doença na família, mas a narrativa traz outros elementos bacanas como a relação dele com a neta Blanca (Mafalda Carbonell) e a filha Julia (Inma Cuesta), apresentando muitos momentos divertidos, seja em Valência ou na estrada à procura desse grande amor. Com roteiro de María Mínguez e direção de Maria Ripoll, é um filme para chorar e rir, ótima dramédia para assistir em família.
O Homem Invisível
Saudade de quando a gente ainda podia ir ao cinema, né? O Homem Invisível foi o último filme que assisti na telona antes do período de isolamento social começar. Eu, que sou fã de uma sala de cinema, guardei essa lembrança durante todo o ano de 2020 e por isso escolhi nomear este longa como o meu melhor do ano. O remake, que conta com Elisabeth Moss interpretando Cecilia – personagem principal da trama, usa da história assustadora para levantar questões muito importantes. Vivendo uma relação abusiva, ela resolve fugir de casa e dias depois recebe a notícia de que seu ex-marido havia cometido suicídio e deixado uma grande fortuna em nome dela. A partir deste ponto, a protagonista passa a enfrentar uma luta com um adversário invisível que coloca a sua sanidade à prova. O plot do filme não é tão surpreendente, mas a cena final é de arrepiar e com certeza vale o seu tempo!
Retrato de uma jovem em chamas
Não há lista de melhores filmes do ano sem um filme francês meio paradão e conceitual, né? Então a nossa não seria diferente. Retrato de uma jovem em chamas não só é dirigido por uma mulher, como também traz um elenco quase completamente feminino - e não faz nenhuma falta. A trama se passa na França do século XVIII e mostra a relação entre a pintora Marianne (Noémie Merlant) e a jovem Héloïse (Adèle Haenel), que foi prometida a um casamento (heterossexual, obviamente) por sua família. O relacionamento das duas começa a se desenvolver depois que Marianne tem que pintar um retrato de Héloïse e a proximidade das duas cresce para além de uma amizade. Mesmo sendo de época, o filme não foca no romance proibido - como muitos fazem. Ao contrário, elas vivem um romance em um local com um quê de anárquico e o roteiro trabalha muito bem os detalhes para a construção da narrativa. É, sem dúvidas, um dos melhores filmes de romance entre mulheres que eu já vi.
Enola Holmes
Em meio a um ano conturbado como 2020, nada melhor do que um filme leve e gostoso de ver, né? Enola Holmes se encaixa bem nessas categorias e ainda serviu de presente para os amantes da família Holmes. Na trama, Enola Holmes (Millie Bobby Brown) é uma menina adolescente cujo irmão, 20 anos mais velho, é o famoso detetive Sherlock Holmes (Henry Cavill). Quando sua mãe (Helena Bonham Carter) desaparece, a menina inicia uma investigação para descobrir o paradeiro dela, ao mesmo tempo em que precisa ir contra os desejos de seu irmão, Mycroft (Sam Claflin), que quer mandá-la para um colégio interno só de meninas. A caminho de Londres, ela conhece um lorde fugitivo (Louis Partridge) e passa a desvendar quem pode estar atrás do garoto e que quer impedir que uma importante reforma política inglesa aconteça. Além de ser leve, o filme apresenta um elenco cheio de artistas renomados e com uma narrativa que te prende do começo ao fim para desvendar os mistérios ao lado da destemida Enola.
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É aqui que a equipe mais ligada no mundo do pop e do entretenimento elege os Melhores do Ano como uma espécie de retrospectiva. Tem todo tipo de produção, desde música até série e filme.
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