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Crítica: Até onde 'O Homem Invisível' é uma ficção?

Até onde um filme de terror pode ser uma realidade? Estamos acostumados a entrar no cinema para assistir filmes com monstros, assombrações e histórias sobrenaturais. Entretanto, um novo movimento vem surgindo, ainda que tímido, dentro desse gênero: o terror social.


Assim como em ‘Corra’ (2017), de Jordan Peele, o remake ‘O Homem Invisível’ traz a tona situações que conversam com a realidade com mais suspense, planos estratégicos e uma fotografia que brinca com o espectador durante boa parte do filme. A direção do filme ficou por conta de Leigh Whannell que também dirigiu ‘Upgrade: Atualização’ e ‘Sobrenatural:Origem’, ambos filmes de terror.


Crítica - Até onde 'O Homem Invisível' é uma ficção

O filme nos conta a história da Cecilia, interpretada pela Elisabeth Moss, uma mulher que vive um relacionamento abusivo com seu marido Adrian, interpretado por Oliver Jackson-Cohen. Já no primeiro momento do filme, somos convidados a vivenciar um momento muito importante para a protagonista: a fuga da sua casa.


Entretanto, o que era para ser o final de uma história aterrorizante se transforma apenas no início quando Cecilia recebe a notícia seu ex-marido havia cometido suicídio. A partir desse momento a protagonista, que já havia passado por momentos de tensão nas primeiras cenas no filme, começa a vivenciar diversas situações que colocam em prova suas amizades, relações familiares e até a sua sanidade mental.


A construção da personagem principal dentro da trama é um atrativo a parte. Durante todo o filme somos desafiados a tentar entender o que está acontecendo e lidar com as cenas em que Cecilia é desacreditada e, até mesmo, isolada de todos aqueles que poderiam representar uma proteção para a personagem. A interpretação da Elisabeth Moss é estonteante - não que esperássemos algo diferente.


Crítica - Até onde 'O Homem Invisível' é uma ficção

Os olhares, expressões e trejeitos da atriz em cena nos levam a ver a degradação da personagem diante os nossos olhos. Além disso, contracenar com algo que não foi visto nas gravações e não será visto pelo público deve ter dificultado ainda mais a interpretação dessa personagem. Por isso, ver tanta expressão e verdade ao longo do filme é de tirar o fôlego.


Um atrativo a parte é a construção das cenas. O diretor do filme não poupou tempo quando o assunto era criar tensão. O filme, que apresenta momentos bem interessantes de susto, sabe como ir a fundo e te deixar travado na cadeira mesmo sem mostrar nada. É como se você soubesse, automaticamente, que um canto vazio pode significar perigo.


‘O Homem Invisível’ escancara o terror vivido na vida real por muitas mulheres e evidencia um evento que vem sendo chamado de gaslighting. O que assistimos, ao longo de todo o filme, são os sentimentos, emoções e vivências da Cecilia sendo colocados à prova durante todo o filme. Enquanto vemos a personagem lutar pela vida contra algo que não é visível pelos demais personagens, começamos a perceber o quão real é filme é.


Confira o trailer do filme que já está em exibição nas principais salas de cinema do país:


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