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Crítica: documentário da Netflix revela mistério da morte de Marilyn Monroe

O Mistério de Marilyn Monroe: Gravações Inéditas é um documentário da Netflix que promete desvendar os segredos por trás da morte de uma das atrizes mais famosas e icônicas de Hollywood. O longa é guiado por fitas de entrevistas feitas pelo jornalista Anthony Summers nos anos 1980, sob direção de Emma Cooper.


O filme traz a difícil tarefa de esclarecer alguns rumores da vida de Marilyn Monroe, como seu envolvimento com os irmãos Bobby Kennedy e Jack Kennedy (e este último era, na época, ninguém menos que o presidente dos Estados Unidos), seu psicológico abalado e sua luta contra o vício em soníferos.

O documentário traz declarações sobre a infância de Marilyn, sua rede de informações com militantes de esquerda, suas relações com os irmãos Kennedy e chega a confirmar que ela se envolveu com ambos. O longa passa uns bons vinte minutos recriando a biografia da atriz para, só então, explorar melhor as causas que podem ter influenciado a sua morte.


Esse panorama completo pode ajudar quem nunca soube muito sobre Marilyn Monroe, além da famosa cena de O Pecado Mora Ao Lado (1955) ou o ícone das críticas pop de Andy Warhol. A exploração de aspectos mais íntimos da vida de Marilyn, como seu relacionamento com o agente de talentos Johnny Hyde e seus relacionamentos com seus maridos, abre a questão de a qual “mistério” se refere o título: a razão por trás do sucesso de Marilyn? Como era sua psique? Como aconteceu sua morte?


Para expor todas essas informações que prometem romper com o “mistério” da morte de Marilyn Monroe, o documentário traz atores dramatizando a dublagem dos áudios das entrevistas (com o devido aviso no início do longa). Também há enxertos de clipes de Marilyn para ilustrar determinados momentos da trajetória da estrela (como, por exemplo, quando mencionam o convite do presidente Kennedy para que ela lhe cantasse “parabéns para você” no seu aniversário). Além disso, a edição usa um recurso estilístico de rebobinar as fitas e repetir alguma fala quando a informação contida nela é considerada importante.

Por trás de um ícone, há uma pessoa | Foto: Reprodução

Contudo, apesar de todos esses artifícios, é inevitável que o documentário seja entediante. O Mistério de Marilyn Monroe não revela exatamente informações inéditas; ele apenas confirma alguns rumores e suposições (como o envolvimento da atriz com os irmãos Kennedy), segundo as entrevistas de Anthony Summers, e traz alguma conclusão “chocante” só lá para o final das uma hora e meia. O documentário deixa para o fim a confirmação de que Marilyn cometeu suicídio (seja intencional ou acidentalmente), e que a perícia estadunidense deliberadamente escondeu detalhes de sua morte por conta de sua relação com a presidência.


Que conclusão podemos tirar daí? Ela não é muito intrigante, por mais que envolva a polícia. O documentário não explora essa reta final o suficiente, então fica um gostinho de “ué, é só isso?”. Ao mesmo tempo, é preciso elogiar a produção por confirmar alguns fatos importantes e finalmente livrar a imagem de Marilyn de alguns rumores sexistas.




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