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Crítica: a princesa salva a si mesma neste livro, de Amanda Lovelace

Da sua vida para o Instagram e, finalmente, para as páginas de um livro. Esse foi o caminho seguido pelos poemas escritos por Amanda Lovelace, escritora norte-americana de 28 anos. ‘a princesa salva a si mesma neste livro’ (2016) é o primeiro da série Women Are Some Kind of Magic, que conta com ‘a bruxa salva a si mesmo neste livro’ (2018) e ‘a voz da sereia volta neste livro’ (2019).


Crítica: a princesa salva a si mesmo neste livro, de Amanda Lovelace
Amanda Lovelace. | Foto: Reprodução.

Amanda nasceu e cresceu em New Jersey, sua relação com a literatura começou ainda quando criança, ler sempre foi uma válvula de escape e um conforto para tantos problemas enfrentados. Talvez por isso, dentre as suas inspirações para começar a escrever, J.K. Rowling, autora da saga Harry Potter, seja sempre uma das primeiras a ser lembrada. ‘a princesa salva a si mesmo neste livro’ foi o seu livro de estreia.


Você pode acompanhar a autora pelas redes sociais! @ladybookmad no Twitter e Instagram.


Em diversas entrevistas, a autora considera que a escrita de ‘a princesa’ foi fácil, mas com certeza isso não se estende aos assuntos tratados no livros. Os poemas, inspirados na sua trajetória, abordam assuntos pesados e difíceis de digerir, como distúrbios mentais, abuso infantil, morte e relacionamentos abusivos. Por isso, mesmo que algumas páginas possuam poucas palavras, a leitura pode demorar. Como a autora avisa no início do livro “este livro não é um conto de fadas”.


Crítica: a princesa salva a si mesmo neste livro, de Amanda Lovelace

FASES DA VIDA DO LIVRO


No livro, a própria autora sugere a divisão em quatro partes: a princesa, a donzela, a rainha e você. Durante a leitura as mudanças que ocorrem na vida da Amanda transformam a sua forma de encarar situações e isso é visível em cada uma dessas partes. Existe uma busca pela superação durante todo o livro, toda a história é contada através de altos e baixos e apontam diversas situações e sentimentos reais.


A primeira parte do livro, ‘a princesa’, remete a infância da autora. Assuntos como solidão, transtornos alimentares, relacionamento familiar conturbado e auto mutilação são abordados durante essa parte. Os sentimentos expressados são mais intensos e a relação problemática com a mãe é o ponto central dessa parte do livro. No final deste capítulo, a autora decide se aprisionar para escapar de seus problemas.


Em ‘a donzela’, o segundo capítulo do livro, as ilusões e desilusões vividas na adolescência começam a fazer parte da história. Começam com desilusões amorosas, vividas através de um relacionamento abusivo e terminam com o estreitamento da relação com a perda. A morte passa a fazer parte da escrita da autora quando ela vê sua irmã e sua mãe partirem em menos de um mês.


Crítica: a princesa salva a si mesmo neste livro, de Amanda Lovelace

Na terceira parte, ‘a rainha’, Amanda nos conta seu processo de aceitação e amor próprio encontrado na fase adulta. A construção de relacionamentos saudáveis, tanto amorosos, como de amizade e familiares passou a ser uma meta a ser alcançada. A relação com todos os acontecimentos enfrentados no passado também passam por uma mudança nesse capítulo.


Na quarta (e última) parte do livro, ‘você’, a autora cria um diálogo com o leitor, descreve em cada página situações que fazem parte do cotidiano de várias mulheres e as convidam a enfrentar essas situações com a ajuda de outras mulheres e da construção de um ambiente mais saudável e acolhedor. É nesta parte, também, que o poema que nomeia a série de livros aparece e, realmente, “as mulheres têm algum tipo de magia”.


Crítica: a princesa salva a si mesmo neste livro, de Amanda Lovelace

O QUE ESPERAR?


‘a princesa salva a si mesma neste livro’ é um desabafo. Os assuntos abordados, em sua maioria, não são fáceis de digerir. Em uma entrevista para a Marie Claire em 2018, Amanda disse que a parte mais difícil de escrever este livro era imaginar a reação das pessoas. Não é fácil ler, de forma tão intensa, assuntos que te incomodam por fazerem parte da sua vida.


Entretanto, mesmo sendo difícil, é uma forma de enfrentar e entender. E, quem sabe, ao final da leitura ter em mente que a vida pode ser mais branda se estivermos juntas. Apoio, sororidade e amor próprio podem desencadear uma corrente de “finais felizes”.


Crítica: a princesa salva a si mesmo neste livro, de Amanda Lovelace

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