Entrevista: Giana Althaus fala sobre 'Vai e Vem', influências e sonhos
Guarde bem esse nome: Giana Althaus. Aos 21 anos, a cantora paranaense tem influências que vão de Marília Mendonça a Bruno Mars, vai da sofrência sertaneja ao mundo pop e toca mais de 20 instrumentos. Recentemente, pouco antes do Carnaval, lançou a faixa dançante "Vai e Vem", que fala sobre uma coisa que muita gente já viveu: relacionamentos que vão e vem. Quem nunca, né?
O single pop, que foi composto em parceria com Carol Biazin, Juan Marcus e Daniel Ferrera, é o terceiro lançamento da carreira musical de Giana, sucedendo duas faixas em inglês: “Stuck Into This”, que chegou às plataformas de streaming em 2020 e já soma mais de 685 mil plays apenas no Spotify, e “Beggin”, ao lado do duo Dubdogz e DJ GHOSTT, consagrados na música eletrônica.
Além da carreira musical, Giana também coleciona seguidores nas redes sociais, seja pelo seu estilo de vida, covers divertidos ou vídeos nos quais aparece tocando diversos instrumentos, como bateria e violão. No TikTok, ela já soma mais de dois milhões de fãs. No Instagram, são mais de 780 mil.
Em conversa exclusiva com o Telas Por Elas, a artista fala do processo criativo da nova música e videoclipe, parceria com Carol Biazin, referências musicais, sonho de tocar pelo Brasil inteiro e trabalho como produtora de conteúdo.
“Vai e Vem” é seu primeiro single em português. Qual é o seu objetivo em lançar a faixa agora?
Como a música é um pop dançante, mais para frente, eu queria lançá-la justamente em janeiro ou fevereiro por ser o Carnaval, quando o povo está mais animadinho, não querendo escutar aquela sofrência triste de chorar no banho. Eu aproveitei justamente esse momento para lançar uma coisa mais para cima. Então, acho que o timing foi muito bom e o pessoal está curtindo bastante.
É uma composição com Carol Biazin, um dos principais nomes do pop brasileiro atualmente… Como surgiu a parceria?
Sempre admirei muito a Carol como compositora, artista, cantora, multi-instrumentista. Quando vi no meu Instagram que ela me seguia, corajosíssima de me seguir, eu fiquei pensando: "putz, seria muito legal fazer algum trampo com ela". Quando eu precisei de alguém para complementar a composição da música, a primeira pessoa que eu pensei foi ela. Eu falei: "cara, se a Carol desse qualquer pitaco nessa música, ia ficar show". E justamente a chamei para me ajudar no refrão porque eu queria uma coisa mais para frente, mais animada, bem do jeito das composições dela. E não deu outra, ela me mandou o arquivo... Não mudei nada do jeito que ela compôs, nenhuma palavrinha, nem nota, porque achei que ficou perfeito assim. Ela entendeu tudo o que eu precisava e mais um pouco.
Já viveu um romance vai e vem como narra a música? Tem um tom autobiográfico ali?
Nunca, nunca vivi, gente (risos)... Tem um tom autobiográfico, sim, eu peguei inspiração de um relacionamento meu, que nós não botamos um ponto final e ficamos naquele vai e vem, que não sabemos para onde vai, choros e ranger de dentes, estou brincando... Gosto muito de compor com experiências que não são minhas, por exemplo, já compus para uma situação de alguém que possa ter vivido, mas não conheço. Gosto de compor assim também. Mas, nesse caso, foi algo que eu estava vivendo no momento e precisava colocar no papel. Foi algo que eu vivi... Mas, nas partes dos outros compositores, eles colocaram um pouquinho do jeitinho deles. Não foi só a vida da Giana. A galera foi escrevendo junto, mas, claro, eu peguei como inspiração a minha conturbada vida amorosa (risos).
E o clipe: que mensagem quer passar?
O começo e o meio dele, aquela sentada no sofá, mais conversando, é justamente porque no começo da música, eu me dirijo a pessoa como se estivesse conversando. Eu falo: "mano, não me leva a mal, mas não estou legal. A gente não teve um ponto final, se lembra como a gente se entendia?". É tipo uma conversa, fiquei justamente no sofá, essa era a vibe que eu queria trazer, algo meio Poesia Acústica, sabe? Aí, no refrão, quando estou braba, eu queria fazer algo mais explosivo, foi justamente o negócio do movimento, queria que tivesse cor, o azul. Eu quis trazer o jeito que eu queria dizer na minha postura do clipe.
Apesar de você não cantar sertanejo, sua música tem influência do gênero. O que você ouvia na infância e adolescência com sua família?
Cara, eu não escutava sertanejo quando era pequena. Aqui em casa, não tocava mesmo porque meus pais sempre gostaram de rock dos anos 80 e 90, algo Elton John e Eric Clapton. Eles gostavam de Bee Gees e eu fui crescendo ouvindo esse tipo de música, daí vem minha referência gringa, sempre cresci ouvindo Phil Collins, entendeu?
Mas eu gosto muito da referência do sertanejo porque na época em que eu comecei a ficar adolescente e ir às festinhas, a galera só tocava sertanejo. Eu comecei a gostar muito de sertanejo. Então, não cresci no meio do sertanejo, mas comecei a gostar muito dele, até me apaixonar, de verdade, pelos 16 anos. Daí, veio minha vontade de aprender a tocar na bateria e começar a cantar sertanejo.
É uma coisa bonita minha história com o sertanejo, não é algo que vem desde o berço. Acho bonito quem fala: "eu nasci no meio do sertanejo, eu nasci cantando sertanejo". Para mim, não foi assim, mas me cativou tanto que eu fui "convertida" com muita graça para o sertanejo.
Quais são as suas influências musicais?
A minha maior influência é e sempre vai ser a Marília Mendonça. Gosto muito da Maiara e Maraisa, tenho como referência o Gustavo Mioto, Jorge e Matheus nas composições de músicas mais voltadas ao pop, gosto muito disso. No meio do pop, a Carol (Biazin) é uma das minhas maiores referências, fico besta com a habilidade dela de cantar. Gosto também da Lagum, desse estilo good vibes, do estilo tranquilo. Das referências gringas, gosto muito de Bruno Mars e Adele, essas referências gringas de cantar para frente (com mais emissão). Gosto muito disso. 100% interpretação. Lá fora, eles fazem isso muito bem. Acho que foi isso que me cativou a querer cantar mais para frente.
Você toca mais de dez instrumentos. Por que teve interesse em se tornar multi-instrumentista? Qual você aprendeu primeiro?
O primeiro instrumento que aprendi foi o teclado quando tinha sete anos, mas eu não gostava, tanto que saí da aula. Aí, quando tinha dez, eu comecei a tocar violão e foram nas aulas de violão que eu me descobri como uma possível artista. Mas sempre tive curiosidade de saber "como toca isso aqui, posso levar pra casa e depois te devolvo?". Sempre achei legal o instrumento musical, algo que me entretinha, sabe? É um diferencial uma mulher tocar mais de dez instrumentos. "Ai, aquele cara que toca acordeom, bateria..." Eu nunca tinha visto uma mulher tocando e falei: "cara, eu vou fazer isso. Tô nem aí que eu sou mulher e tá tudo bem". Justamente essa sede pelos instrumentos musicais que me trouxe até aqui.
Onde Giana quer chegar musicalmente? Quais são seus sonhos?
Minha maior ambição é ter a música mais escutada do Brasil. Meu maior sonho é rodar o Brasil inteiro, cantar em todos os estados e escutar o pessoal cantando a minha música.
Além da música, você também é produtora de conteúdo. Como divide seu tempo?
Como vocês viram, não é fácil: cursar Direito, ser influencer, ser produtora de conteúdo, lançar música (risos)... As pessoas me perguntam "qual é o segredo" e eu digo que é a minha agendinha muito bem calculada. Tenho tempo para respirar, fazer crossfit, inglês, tênis. Será que eu tenho tempo para amar meus pais? Estou brincando...
Como pensa na produção de conteúdo?
Sempre penso na produção de conteúdo no que é diferente, foi justamente o que me fez crescer nas redes sociais: ser o diferente. Evito trazer o conteúdo que as pessoas já estão fazendo como voz e violão olhando para a câmera. Evito fazer isso, obviamente é uma coisa que as pessoas gostam, mas evito. Justamente tento trazer o divertido misturado com a música, o negócio que chama a atenção e é mais para o entretenimento.
E como trabalha a interação com os fãs pelas redes?
Agora, eu tenho um grupo com meus fãs no Telegram. São mais de dois mil fãs. Volta e meia, eu estou lá conversando com eles, mando atualizações, antes do povo saber, são eles que sabem. Acho uma graça. Adoro. Faço questão de estar sempre respondendo, afinal, sem eles, eu não seria ninguém. Esse contato com eles, claro, virtual, por enquanto, sempre faço questão de deixar sempre próximo.
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