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Universal é boicotado por cinema dos Estados Unidos após sucesso de Trolls

AMC Theatres, uma das maiores redes de cinemas dos Estados Unidos, anunciou nesta quarta-feira (29/04) que não exibirá filmes do estúdio Universal Pictures quando a quarentena acabar. O boicote foi incentivado pelo lançamento de Trolls 2 diretamente em formato digital, quebrando a tradição de exibição exclusiva em salas de cinema antes de chegar ao streaming.


Trolls 2 estreou dia 19 de março para aluguel em plataformas online legalizadas, como YouTube, Prime Video, Apple TV e Google Filmes. Estima-se que o lucro da animação infantil tenha sido de cerca de US$ 100 milhões nas primeiras três semanas só nos Estados Unidos, sendo que o primeiro filme da franquia arrecadou mundialmente, no total, US$ 346,8 milhões.


Pôster inicial de Trolls 2. O "in cinemas March 20" caiu por terra com a pandemia. Foto: Divulgação

O CEO da NBCUniversal Jeff Shell chegou a declarar, com o surpreendente resultado positivo de Trolls 2, que o estúdio da Universal deve lançar os próximos filmes em ambos os formatos simultaneamente (digital e em cinemas) ao final da pandemia. Diante do sucesso da estratégia digital, a AMC Theatres teme que mais estúdios sigam o método e isso prejudique as cadeias de salas de cinema quando o isolamento social for abolido, já que uma peça-chave para o lucro de empresas do tipo é a estreia de conteúdos exclusivos nas telonas.


Por isso, a AMC Theaters garante que não exibirá títulos da Universal Pictures em suas 1 mil salas de cinema nos Estados Unidos, Oriente Médio e Europa ao fim da quarentena, o que pode significar um grande prejuízo para a produtora de filmes.


Ao portal Deadline, o CEO e Presidente da AMC Entertainment Adam Aron declarou que:


Por cem anos, a AMC Theatres serviu para cineastas como uma plataforma de distribuição estrategicamente crítica e altamente lucrativa e, para isso, é vital o lançamento exclusivo em cinemas. Quando um filme está disponível apenas em cinemas, os consumidores o consideram oferecer maior qualidade de entretenimento. Vários cineastas e espectadores acreditam que as criações são mais bem aproveitadas quando exibidas nas grandes telas. E todos nós sabemos que esses lançamentos em cinemas ajudam a aumentar a publicidade, os comentários positivos e a aclamação crítica.

Em resposta, o Universal Studios informou que “Acreditamos na experiência do cinema e nunca afirmamos o oposto. Como declaramos antes, nós esperamos lançar os próximos filmes diretamente nos cinemas, e também disponibilizá-los sob demanda quando este método de distribuição for coerente”.


A Regal Cinemas, outra cadeia dos Estados Unidos, também demonstrou apoio ao boicote da AMC Theatres. Contudo, a empresa anunciou nesta quinta-feira (30/04) que não se trata especificamente de barrar filmes do Universal: “Nós manteremos nossa política e exibiremos filmes que respeitam o cinema, sendo lançados primeiro nas telonas antes de serem disponibilizados no streaming ou em plataformas sob demanda”.


Vale lembrar que o Universal Studios não é a única produtora que se voltou a lançamentos digitais como resposta ao fechamento das salas de cinema. Scooby! O Filme, da Warner Bros, tinha lançamento previsto para 14 de maio nos cinemas, mas agora será liberado em streaming nos Estados Unidos. Artemis Fowl: O Mundo Secreto, outro filme que teria a estreia “tradicional” nas telonas, será lançado na Disney+ em junho.


O Oscar está de olho nessas mudanças do mercado e anunciou que, excepcionalmente na edição de 2021 da cerimônia, filmes lançados diretamente em formato digital poderão concorrer na premiação. Antes, para participar do Oscar, era preciso que um longa fosse exibido por pelo menos uma semana em um cinema de Los Angeles, resultando em um total de, no mínimo, 21 sessões nesse período. A mudança de critério foi provocada pela pandemia do novo coronavírus, que fechou por tempo indeterminado as cadeias de cinema para evitar aglomeração de pessoas e contágio de Covid-19.



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