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Representatividade indígena: 6 indicações para ler, ver e ouvir

O Dia Internacional dos Povos Indígenas foi comemorado neste domingo (9). A data foi estabelecida pela Organização das Nações Unidas - ONU, em 1995, após reunião de várias lideranças de povos originários do mundo. A ideia é expressar o reconhecimento internacional em relação a tantos povos que ainda carecem de direitos básicos e reparações históricos.


Para a escritora e historiadora Aline Rochedo Pachamama, da etnia Puri, situada na Serra da Mantiqueira, a data é importante por dar maior visibilidade e representatividade. Para ela, a data se mostra ainda mais relevante na conjuntura atual, em um momento de retrocessos e permanência de estigmas.


“Os povos originários são entendidos como pessoas do tempo pretérito, como fóssil. Por isso, nos entender no tempo presente é essencial para manter a nossa existência e para falar sobre esse genocídio que acontece na nossa terra que começou em 1500 e se desdobra até os dias atuais.” - Aline Rochedo.

Aline Rochedo é fundadora da Pachamama Editora, com os livros "Guerreiras" e "Taynôh".
Aline Rochedo é fundadora da Pachamama Editora │ Foto: Divulgação

É nesse cenário e com essas inquietudes que Aline cria a Editora Pachamama, que foca na literatura indígena e na recuperação histórica e linguística desses povos. Aline nos propõe uma reflexão sobre como as histórias dos povos indígenas são contadas nas escolas e por quem. A resposta é simples: a partir de um olhar colonizador, branco e europeu. E isso precisa mudar.


Quantos livros escritos por nós estão disponíveis na universidade? Mas José de Alencar, que inventou uma ”índia” e colabora até hoje para uma visão equivocada da mulher indígena, está nas escolas.” - Aline Rochedo.

Aline defende que a literatura, que é o território da palavra, também é um ótimo terreno para um trabalho de militância e de luta. A partir dessa fala, o Telas Por Elas monta uma lista com seis obras produzidas por indígenas para celebrar o mês de agosto e a busca por maior representatividade e direitos. São livros, trabalhos audiovisuais e sonoros. Confira a seguir:



Taynôh, livro de Aline Rochedo Pachamama (Editora Pachamama)


“Taynôh : o menino que tinha cem anos” é um livro polilingue, disponível em português, espanhol, puri (macro-jê) e guarani mbya (tupi). Conta a história da criança interior dos que se tornaram adultos, que, por hora, repousa e dorme, mas logo despertará. “Taynóh” representa os Povos Originários e a origem indígena de cada pessoa. A sua origem indígena, sufocada por um modelo de sociedade que busca no externo distante o seu referencial. Taynôh é o tempo Presente e a luta dos que permanecem. Possui 56 páginas.


Capa do livro "Taynôh" │ Imagem: Divulgação / Pachamama Editora
Capa do livro "Taynôh" │ Imagem: Divulgação / Pachamama Editora

Guerreiras, livro de Aline Rochedo Pachamama (Editora Pachamama)


O livro conta a realidade de 13 mulheres indígenas de 11 etnias diferentes que se encontram em contexto urbano e na aldeia, mostrando suas conquistas, alegras e desafios. É um espaço de diálogo, oralidade e memória, organizadas em palavras. É interessante por evidenciar a pluralidade dos povos indígenas, idiomas, histórias, tendo em comum a luta e a mesma essência. Estão representadas as etnias Anambé, Aruaque (conjunto étnico da Amazônia), Guajajara, Guarani, Kayapó, Kariri, Krikati - Potira, Maraguá, Potiguara, Puri e Xavante. Possui 178 páginas.


Capa do livro "Gurreiras" │ Imagem: Divulgação / Pachamama Editora
Capa do livro "Gurreiras" │ Imagem: Divulgação / Pachamama Editora

A Cura da Terra, livro de Eliane Potiguara (Editora Do Brasil, 2015)


A história contada por Eliane Potiguara, que leva a sua etnia no seu sobrenome, narra a vida de uma menina muito curiosa, de origem indígena, e que adora se aconchegar nos braços da avó para ouvir histórias. Moína quer entender o sentido de sua vida, as uma história em especial revelará à menina o sofrimento pelo qual seu povo passou, as descobertas e a sabedoria de seus ancestrais. Possui 32 páginas.


Capa do livro "A cura da Terra" │ Imagem: Divulgação / Editora do Brasil
Capa do livro "A cura da Terra" │ Imagem: Divulgação / Editora do Brasil

Ka’a zar ukyze wà – Os donos da floresta em perigo, documentário dirigido por cineastas da etnia Guajajara (2019)


A Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, é uma das mais ameaçadas da Amazônia. Énesse território que o do povo Guajajara vive, além de um grupo isolado, os Awá Guajá. Os Guajajara buscam alertar e pedir socorro pela proteção das florestas e de seus parentes Awá Guajá, um dos últimos povos caçadores e coletores do mundo, cujo modo de vida depende essencialmente da floresta e, se a destruição continuar, está com os dias contados. Tem 13 minutos e foi dirigido por Flay Guajajara, Edivan dos Santos Guajajara e Erisvan Bone Guajajara.



Bicicletas de Nhanderú, documentário dirigido por Patrícia Ferreira Keretxu (Vídeo nas Aldeias, 201


O documentário "Bicicletas de Nhanderú" é uma imersão na espiritualidade e na cultura dos Mbyá-Guarani, da aldeia Koenju, em São Miguel das Missões, no Rio Grande do Sul. É um dos filmes mais conhecidos da cineasta Patrícia Ferreira Pará Yxapy, que nasceu na vila de Kunhã Piru, na fronteira entre a Argentina e o Brasil. Possui 46 minutos.



Originárias, podcast idealizado por Renata Machado (2019 - presente)


Originárias é o primeiro podcast no Brasil que divulga músicos e artistas indígenas do século XXI. Idealizado pela Renata Machado, da etnia Tupinambá, o projeto realiza entrevistas com personalidades contemporâneas. Até o momento, são seis episódios e entrevistas com Brisa Flow, Denilson Baniwa, Gean Ramos, Edivan Fulni-ô, Ian Wapichana e Wescritor.


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Listas semanais com dicas selecionadas sobre filmes, séries, músicas, livros e peças teatrais. É nessa categoria que você descobre sugestões do que assistir nas plataformas de streaming ou o que fazer em um dia atoa em casa.


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