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Foto do escritorJéssica Riquena

O Dia da Consciência Negra não pode ser lembrado só em novembro

Hoje, 20 de novembro, é o Dia da Consciência Negra. A data, que foi oficialmente criada em 2003, só se tornou um feriado a nível nacional em 2011. Entretanto, ainda nos anos 70, a busca pela ressignificação da luta e existência das pessoas pretas ganhou espaço nas pesquisas em diversas áreas e uma proposta foi feita: trocar o dia 13 de maio – dia que marca a assinatura da Lei Áurea – pelo 20 de novembro – data da morte de Zumbi dos Palmares – como referência da valorização da comunidade preta.



Anos depois e as pessoas pretas ainda estão entre as que mais morrem no Brasil e no mundo. O motivo a gente sabe muito bem, está estampado em diversas manchetes, denúncias e postagens espalhadas pela mídia e pela internet. O racismo mata crianças, jovens, adultos e idosos. Mata nas comunidades e mata nas áreas nobres da cidade. Discutir racismo é, para além do que pensar em mudanças, colocar em prática aquilo que escutamos. Infelizmente, os posts que fazemos nas redes sociais não tem o poder de conscientizar e de promover a igualdade que queremos e precisamos.


É preciso ir além das telas. É preciso mais do que consumir o conteúdo e o trabalho de pessoas pretas. É necessário entender o que está por trás de todo esse movimento, de todo o conteúdo que vem sendo produzido e consumido nos últimos anos. É um caminho longo e árduo que não acaba com um like ou um comentário na internet. Precisamos levar isso para a nossa vida, para as nossas ações, nossos pensamentos, nossas crenças. E precisamos para já!


O racismo não é mais um assunto que podemos deixar para depois ou que possa ser trabalhado só em datas específicas. Não dá para, todo ano, esperar o dia 20 de novembro para seguir pessoas pretas nas redes sociais, para repensar preconceitos ou nos compadecer com as histórias. Elas estão aí todos os dias, chegando de todos os lados e deixando claro que já não dá mais para esperar.


Você pode se educar de diversas maneiras. Conteúdo de qualidade e gratuito é o que não falta pela internet. Além de seguir pessoas pretas que falam sobre esse assunto, vale se colocar em contato com produtos e produções desenvolvidos e pensados por profissionais pretos. Esse é um dos objetivos do Lista Preta – quadro do telas que já está na sua terceira edição. Nele, indicamos o trabalho de mulheres pretas que atuam em várias áreas. Você pode acessar as 3 postagens já feitas em novembro deste ano clicando abaixo.



Mas, qual o meu papel nisso tudo?


Bem, se tem uma coisa que as pessoas pretas estão cansadas de dizer é que não é papel delas educar ou ensinar o que os brancos devem ou não fazer. O conteúdo está aí, os maus e os bons exemplos também. As 1001 postagens diárias, as falas, threads, mensagens, vídeos, propagandas, livros, músicas, novelas, filmes. Literalmente estamos cercados de conteúdos antirracistas por todos os lados. Basta consumir e colocar em prática.


Não existe nenhum passo a passo além do óbvio. É um caminho longo porque o racismo está intrínseco em várias ações cotidianas e, nos últimos anos, está presente até na falsa valorização de pessoas negras que só acontece durante o mês de novembro. Curioso, né? Esse ciclo precisa ser quebrado. E para isso acontecer, a zona de conforto não pode mais ser uma opção.


Além de escutar, de concordar, de acenar a cabeça é preciso se colocar no papel de um verdadeiro aliado e entender quais as reais funções desse papel na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.


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A categoria "Vamos Polemizar?" traz assuntos do cotidiano com outras visões e questões. O objetivo é entender melhor alguns sensos comuns dados como verdade por tantas pessoas.

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