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No Rio, Mariza faz show sincerão e destaca voz em noite de fado

Filha de mãe moçambicana e de pai português, Mariza nasceu no país africano de sua mãe e viveu lá até os três anos quando se mudou para um bairro tradicional de Lisboa (PT). Lá conheceu, aprendeu e se encantou pelo fado, ritmo que ajuda a internacionalizar com seus shows.


Depois de seis apresentações pela America Latina, ela desembarcou no Rio de Janeiro para um show sincerão e de arrepiar na Grande Sala da Cidade das Artes, na Barra da Tijuca, na noite desta quinta-feira. Ela soube contornar uma plateia que, apesar de preencher boa parte do teatro para 1235 mil lugares, era tímida.



"Eu vou ser sincera convosco. Não estou acostumada com uma plateia tão tímida no Rio de Janeiro", disse ela antes de arrancar aplausos calorosos e conseguir, de fato, soltar o público.


Sincerona de verdade, ainda perguntou quem a seguia no Instagram (por sinal, @marizaoficial lá na rede social) e pediu para que todos fizessem o trabalho de casa para ser "igual a Cristiano Ronaldo". "Quero ser a cantora de Portugal mais seguida do planeta", brincou.


Além da simpatia e domínio de palco, Mariza chama atenção mesmo pela voz potente. Nem precisou de microfone para cantar "Chuva" e preencher o espaço do teatro com sua melodia. "Chuva", aliás, foi sua primeira música gravada há "20 e tantos anos" como ela conta -- sem revelar a idade e afirmando que nem o Google sabe.


"Chuva" abriu o momento intimista do show. É a parte, lá na metade da apresentação, que ela chama apenas dois músicos ao palco e canta como se estivéssemos numa taberna lisboeta.


É o momento de contar segredos, conversar com a plateia e revelar o amor pelo Brasil. Ela já viveu no Nordeste cantando música brasileira, jazz, blues e funk em eventos, festas de casamento... Só não chamaram para divórcios, o que é uma pena para ela.


"Quando eu divorciei, eu queria fazer uma festa. Minha mãe que não deixou", confessou.


No setlist, ainda tivemos "Melhor de Mim" e "Quem me Dera", as mais pops da carreira, além de "Meu fado meu", "Alma", "Amor perfeito" e "Beijos de saudade" -- música que faz dialogo entre fado e morna, um gênero acústico e romântico africano.


Em "Oh gente da minha terra", a última antes do bis, Mariza desceu do palco e cantou no meio da plateia, momento em que abraçou conhecidos que encontrou no meio da plateia como o ator Marcos Caruso -- um dos momentos mais emocionantes da noite.


Ao voltar ao palco para encerrar a noite, fechou a noite com chave de ouro com um cover dramático de "Só Louco" (conhecida como "Insensato Coração"), de Dorival Caymmi, acompanhada apenas de um acordeão.


Mariza faz um fado pop como ninguém. É a maior artista viva do tradicional gênero português e o seu ótimo show no Rio de Janeiro mostra isso. Voz, carisma e presença de palco andam juntos.




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