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Mana do Mês de julho: Phoebe Waller-Bridge | Parte 2: suas produções

Por Luísa Silveira e Victoria Rohan

Bem, se você nunca ouviu falar de Phoebe Waller-Bridge, o que você está fazendo aqui? Brincadeira, pode continuar. E deve! Até porque, e dizemos com tranquilidade, ela é uma das escritoras/roteiristas/produtoras mais geniais do entretenimento atual. Nós já exaltamos bastante nossa Mana do Mês por aqui, mas julho ainda não acabou, o que significa que podemos babar mais um pouco, né? Por isso, hoje vamos falar de seus principais trabalhos como dona da p**** toda - literalmente!


A singularidade de “Fleabag”


E começamos com a maior prova de sua genialidade: “Fleabag”. A série televisiva que ganhou tantos prêmios na verdade começou como uma peça de teatro - de uma mulher só - escrita pela própria Phoebe. E sabe como começou? Como contamos na primeira parte do nosso Mana do Mês, uma amiga a desafiou a fazer um número de stand-up de dez minutos. Ela gostou tanto do resultado que transformou em uma produção maior e, depois, foi para a televisão britânica.


“Fleabag” gira em torno de uma mulher de 33 anos que enfrenta dificuldades em relacionamentos amorosos e familiares, enquanto tenta lidar com a morte de sua melhor amiga, que se suicidou acidentalmente. Ok, parece qualquer série. Mas não é. Começando pelo ponto de vista único, porque sempre acompanhamos tudo pela personagem principal - o que nos permite mergulhar fundo no seu psicológico. Segundo que Phoebe usa com maestria o recurso de quebra da quarta parede, constantemente conversando e trocando com a audiência.

“Eu sabia que ela tinha que ter uma relação direta com a audiência porque a série nasceu de uma peça e muito do conceito vinha dela olhar audaciosamente nos olhos das pessoas, dizendo essas coisas que tinham acontecido com ela e segurando as pontas. (...) E também a ideia de que ela está no controle da história. É como se ela estivesse: ‘venha comigo na minha hilária vida’. (...) Eu não queria perder a graça da cumplicidade com o público. A relação que ela tem com a audiência é uma de amizade em que ela pode mostrar seu lado mais sombrio e impróprio. Você é a pessoa com quem ela pode ser ela mesma e isso é o mais importante. (...) Eu queria dar esse sentimento de querer abraçar a TV e falar ‘só admita que você está infeliz’ para as pessoas”, disse Phoebe em entrevista para a Vulture.

Onde assistir? Todas as temporadas (1 e 2) disponíveis na Amazon Prime.


O mistério e tensão de "Killing Eve"


"Killing Eve" é outro sucesso que Phoebe carrega em seu currículo. A série da BBC é produção de Waller-Bridge, assim como todo o roteiro da primeira temporada. Indo de um polo ao outro, da comédia do cotidiano de "Fleabag" ao mundo misterioso de espionagem de "Killing Eve", acho que é possível dizer que Phoebe faz de tudo.


A série em questão, que estreou em 2018, conta a história da detetive Eve Polastri (Sandra Oh) que mergulha de cabeça na perseguição da serial killer Villanelle (Jodie Comer). Com atuações e falas brilhantes, a produção te prende em alguns minutos e te faz querer entender: quem são, afinal, Villanelle e Eve e qual é a relação entre as duas?


Sandra Oh e Jodie Comer são as estrelas de "Killing Eve" | Foto: BBC America

Inclusive, toda a tensão entre as personagens principais, que passa da obsessão para uma espécie de paixão, é muito por conta de Phoebe. A série foi baseada no livro de Luke Jennings, "Codinome Villanelle" (2014), porém, a obra escrita narra de maneira quase superficial o relacionamento das duas - o foco está no crime e nas aventuras sexuais que Villanelle tem com seus diversos amantes. Portanto, temos que agradecer à Phoebe e toda a equipe de roteiristas por essa brilhante adaptação!


A série terminou em maio sua terceira temporada, mas tudo indica que ainda voltaremos para uma quarta - e possivelmente última - parte.


Onde assistir? 1ª e 2ª temporada disponíveis no Globo Play.


A comicidade irônica de Crashing


Mais um exemplo de trabalho criado, escrito e estrelado por Phoebe Waller-Bridge é "Crashing" (2016). A série tem apenas uma temporada e, apesar de deixar com um gostinho de quero mais, era realmente a intenção da equipe.


A produção conta a história de seis jovens britânicos que vivem como "proprietários guardiões" em um hospital. Esse é um esquema, aparentemente comum no Reino Unido, no qual as pessoas vivem em ambientes antigos e abandonados, por um aluguel irrisório. Em troca, você deve manter o local seguro e minimamente preservado.

Phoebe como Lulu: uma relação de amor e ódio para mim | Foto: Channel 4

Nesse contexto meio caótico, entra Lulu (Phoebe Waller-Bridge), uma amiga de infância de Anthony (Damien Molony), um dos moradores do hospital. Portanto, viram sete pessoas embaixo de um mesmo teto. Mas viver em um espaço tão limitado não impede que surjam segredos e traições. Não mesmo!


Sinceramente, devorei "Crashing" em um único dia há alguns anos. Lembro de gostar bastante, mas ter certa implicância com a personagem de Waller-Bridge. Apesar de ser levemente semelhante à Fleabag em alguns pontos, de maneira geral, ela é mais irresponsável e egoísta. Mas isso pode ser porque sou apaixonada pela Fleabag e passo pano para todos os erros dela? Sim, pode.


Onde assistir? 1ª temporada disponível na Netflix.


E tem mais, tá?


Além desses trabalhos - que já formam um currículo invejável -, Phoebe ainda participa de outros, seja na frente das câmeras ou atrás. Resolvemos reduzi-los em um parágrafo porque ninguém vai querer ler o currículo inteiro aqui, né?


Em 2015 fez parte da segunda temporada de “Broadchurch”, uma série policial britânica estrelada por Olivia Colman (a madrasta de “Fleabag”) e David Tennant (nosso eterno 10º Doctor de “Doctor Who”). Fez parte do elenco de “Han Solo: Uma História Star Wars” (2018), sendo voz e corpo da primeira droide feminina de destaque em um filme da franquia, a L3-37. Mais recentemente, em 2019, foi produtora executiva da série “Run”, da HBO, e co-escreveu o roteiro de “No time to die”, novo filme de James Bond. Ufa!

Phoebe nas gravações de “Han Solo: Uma história Star Wars” | Foto: Vanity Fair

Acho que deu para perceber que somos bem clubistas com a Phoebe, né? Então vamos parar por aqui para isso não virar um TCC. Nossa homenagem a essa gênia do entretenimento contemporâneo fica por aqui, no mês de seu aniversário (inclusive, tem novidade lá no Instagram), mas ainda vamos ver muito de Waller-Bridge, com certeza.


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'Mana do mês' é a personalidade feminina influente escolhida para ser homenageada pelo Telas. Todo mês uma mulher importante e relevante é selecionada para contarmos sua história e legado


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