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Entrevista: Bárbara Silva fala sobre lançamentos e relação com a música

De Brasília, mas com influências nordestinas de seus avós, Bárbara Silva tentou seguir a carreira de Direito, mas a paixão pela música lhe chamou. Hoje, a cantora e compositora, de 31 anos de idade, concilia o serviço público, a carreira musical e a tarefa de criar três filhos - de 12, 5 e 2 anos - junto do marido, que passou a trabalhar com ela, auxiliando nas estratégias de gestão de sua carreira.



Vivendo no coração do país, no Planalto Central, a artista ainda se descobre musicalmente e traz influências de diferentes ritmos. Sua sonoridade, que passa pela MPB, pop, rock, R&B e soul, traz um pouco de nomes como Djavan, Cássia Eller, Marisa Monte, Legião Urbana e até Shakira e Beatles.


Em 2019, decidiu, de vez, investir na música. O lançamento do primeiro EP "Desengavetando Quadros”, que aconteceria no ano seguinte, teve de ser adiado e chegou às plataformas no início de 2021. Agora, a cantora se prepara para divulgar “Coisas Vazias Ficam Para Trás", que já conta com dois singles lançados: “Mais Um Trabalhador” e "Que Bom Te Ter Aqui".


Os dois singles exemplificam bem o que Bárbara que nos mostrar. A artista apresenta tanto letras de amor, o que ela considera a base de tudo, como composições que tratam de temas sociais e levantam bandeiras contra as opressões existentes.



Em entrevista exclusiva ao Telas Por Elas, a cantora brasiliense fala sobre relação com a música desde a infância, como concilia a tripla jornada entre família, serviço público e música, além de comentar seus recentes lançamentos e adiantar o que podemos esperar no segundo EP.


Na adolescência, você teve uma banda. Depois, parou para se dedicar ao curso de Direito e à família. O que motivou seu retorno recente à música?


Tudo foi conspirando para esse retorno. Eu queria fazer algo prazeroso para desopilar a mente. Um certo dia, no carro, comecei a ouvir umas gravações no celular, logo percebi um tanto de composições que vou gravando e deixando de lado. Na sequência, a vontade de voltar a estudar música, passar mais tempo com a música. Voltei bem inocente, com a intenção inicial de estudar música e gravar algumas composições, mas, como brinco, a música chama. Não tem jeito.


E como concilia as três jornadas atualmente?


Conciliar tudo, família, o serviço público e a música não é fácil. Exige muito amor e dedicação. Eu quero que tudo funcione da melhor forma. E hoje já tenho como profissão. Acho que desde o início estava assim, mas só percebi depois do primeiro lançamento. A organização é fundamental.

Você cresceu em escolas que valorizam a arte. Como isso contribuiu para formar a Bárbara cantora?


A escola ajudou muito. Eu me sentia muito feliz naquele ambiente. A primeira foi a Escola Parque, lá, no contraturno, era possível ter aulas de violão, teclado, teatro, achava tudo mágico. Depois, a Escola de Música de Brasília. São escolas públicas. Ter esse contato foi primordial e me faz até hoje refletir sobre a importância dessa oportunidade logo tão cedo.


Seu som se encaixa na Nova MPB, mas bebe de outras fontes também. Quais são as suas influências?


Eu admiro muito a riqueza musical do nosso país. Ouvi e ouço de tudo um pouco. Sempre ouvi música com o meu avô, como Nelson Gonçalves, Luiz Gonzaga. Com minha mãe, muito de Marisa Monte, Cássia Eller, muita MPB. Os rocks com meu padrasto, anos 80 com minha tia. Muito pop também. Eclética. E ouço muito da cena atual.



Seu mais recente single, “Que Bom Te Ter Aqui”, fala daquela paixão de um início de relacionamento. O que você quis comunicar para as pessoas tanto na música como no clipe?


Eu quero falar de amor. Acho que em todas as canções, mesmo nos protestos. “Que Bom Te Ter Aqui” é sobre estar apaixonado, aquela sensação de entrega, de viver intensamente. Acredito que na paixão e no amor verdadeiro a gente fica leve, a vida fica leve.


Já o single anterior, "Mais Um Trabalhador", propôs uma reflexão sobre o dia do trabalhador. Por que trazer temas como esse para o seu trabalho?


Tenho muitas inquietudes. Acredito que todos nós temos. Essa música foi feita quando era menina e comecei a questionar tanta incoerência e injustiça. Hoje, uns 20 anos depois, permaneço sem entender muita coisa. Acho que a arte é toda manifestação de sentimentos. E a gente precisa falar sobre muita coisa para que a gente melhore e nossa sociedade também.



Podemos notar que suas canções abordam desde as nuances do amor até reflexões sobre a sociedade. Como é o seu processo de composição?


Composição é um ponto muito especial nessa caminhada. Eu me encontro quando realizo uma composição. Ali, tem pedaços do meu olhar, do meu coração. Tem canção que sai fácil, digo, de forma mais rápida, parece um presente. Outras, aguardam uma finalização até hoje. Também sonho muito com música. Mas, como bem relatou Nando Reis em uma entrevista, tem vezes que nem consigo registrar, sai tudo bagunçado. Curiosamente, um dos próximos lançamentos nasceu de um sonho. Sonhei, corri para o banheiro para gravar e no dia seguinte registrei.


Você está prestes a lançar seu segundo EP, o "Coisas Vazias Ficam Pra Trás". O que podemos esperar dele?


Eu sinto mais amadurecimento nesse EP. Sinto também que pude imprimir mais da Bárbara nele. Tenho trabalhado com produtores musicais muito queridos e pacientes, no sentido de abraçar e me ajudar a alcançar coisas lindas nesse projeto. Teremos músicas mais reflexivas e viscerais.


Enquanto Bárbara não lança o segundo EP, ouça o primeiro no Spotify:



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