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Foto do escritorFilipe Pavão

Entrevista: ALICE conta como mistura bossa nova com música urbana no Japão

Já pensou em unir jazz e bossa nova com elementos da música urbana? É o que faz ALICE, cantora brasileira de 25 anos radicada no Japão desde 2016. Recentemente, ela lançou o segundo EP da carreira, o "RIO", e conversa com o Telas Por Elas sobre o processo criativo do trabalho lançado pela Virgin Music Japan.


Gravado no estúdio Fibra, no Rio, com produção musical de Max Viana e Renato Iwai, o EP tem seis faixas e quer transmitir o calor e a alegria do verão carioca, presente na memória afetiva da cantora, que começou a fazer aula de canto aos 7 anos de idade, aos 11 começou a tocar violão e aos 14 começou a cantar profissionalmente.



O EP sintetiza bem o estilo musical criado pela cantora junto aos parceiros Renato Iwai e Elias Thiago, o City Bossa, que mescla os ritmos brasileiros que fazem sucesso no Japão e elementos urbanos. A primeira experiência deles com o gênero aconteceu com o EP "City Bossa Live in Tokyo", gravado em um estúdio da capital japonesa.


O álbum traz as inéditas "Brazil" (em duas versões) e "Desajeito", composição da artista com os parceiros Renato Iwai e Elias Thiago, além de homenagens a Caetano Veloso, Jorge Ben Jor e Djavan.


“RIO” conta com a participação de músicos consagrados no Brasil, como o Jota Moraes no Xilofone, Pretinho da Serrinha no cavaco, Vanderlei Silva na percussão e o próprio Max Viana na guitarra.


Confira a entrevista completa:


Alice, para te conhecer mais, conta para gente como você foi parar no Japão.


Vim para o Japão visitar a minha irmã em 2016 e decidi me mudar. Foi muito repentino, mas senti interesse pela cultura japonesa depois de passear por aqui por dois meses antes de me mudar. Sabia que precisava ficar mais tempo por aqui e, hoje, eu vejo que foi para que eu conhecesse meus amigos que trabalham comigo no City Bossa.


Como surgiu a ideia de unir jazz e bossa nova com música urbana, dando origem ao City Bossa?


Foi muito natural, eu cantava jazz e bossa nova em Tóquio, o Renato trabalha com música urbana e o Thiago é guitarrista de jazz e pop. Queríamos trabalhar juntos, então, começamos a fazer música do nosso jeitinho e assim foi nascendo o City Bossa. Agora, trabalhando com MPB no meu novo EP "RIO", estamos expandindo o City Bossa para uma mistura de música brasileira, com urbana.



Como é a recepção japonesa à City Bossa, que ressignifica o clássico com ares do presente?


Japoneses amam a música brasileira! Eles recebem o City Bossa muito bem. Tivemos uma tour pelo Japão depois do lançamento do meu primeiro EP "City Bossa Live in Tokyo" e confesso que fiquei surpresa com o interesse não só dos japoneses mas também dos estrangeiros que moram no Japão sentiram pela mistura da música brasileira com a música urbana, o City Bossa.


O EP traz regravações de Caetano, Djavan e Jorge Ben... Quais são suas referências?


Caetano, Djavan e Jorge Ben são com certeza grandes referências. João Gilberto, Elis Regina e Tom Jobim são grandes nomes que me inspiram, Maria Rita, Maria Gadú… Poderia citar muitos nomes da música brasileira que eu admiro e ouço. No Japão, conheci um pouco do trabalho do artista Sakai Yu, que trabalha com meu produtor Renato e também já gravou no Brasil, fico encantada com sua técnica e carisma, ele é uma grande referência para mim no Japão. Gosto muito da música japonesa city pop dos anos 80, posso citar a Takeuchi Mariya, cantora e compositora da música Plastic Love, que tive a honra de regravar como city bossa e lançar no ano passado como um single.


Por que decidiu fazer uma homenagem ao Brasil com a faixa "Brazil"?


Quis fazer uma música, com palavras simples, que transmitisse a energia brasileira nos meus shows. E como faziam cinco anos que eu não visitava o Brasil, depois que me mudei para o Japão, foi inevitável não cantar sobre a saudade que sinto do nosso país.


Já "Desajeito" (minha preferida!) parece falar de amor de uma forma muito pessoal. Como nasceu a faixa?


A Desajeito nasceu no projeto "One Day One Music" que o Renato e o Thiago participavam há dois anos. Esse projeto é um desafio de fazer uma música em um dia, entre amigos, fui convidada para um dos episódios. Fluiu naturalmente e foi a partir dessa música que decidimos começar a trabalhar juntos e pouco a pouco fomos criando o City Bossa.



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