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Crítica: Doutor Estranho e Wanda entregam o esperado?

Os fãs da Marvel que se preparem porque o multiverso veio para nos deixar loucas mesmo. Doutor Estranho no Multiverso da Loucura estreou no último dia 4 de maio e é o primeiro lançamento do estúdio sob a classificação de terror. O filme de duas horas surpreende pelas participações especiais e pela quantidade de referências aos quadrinhos. Para quem só acompanha o MCU pode parecer que só jogaram muita informação nova e você que lute - e foi isso mesmo rs. Hoje a gente conta o que achou do filme e da tal loucura de Wanda.




A história se desenrola após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato (2019), Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (2021) e da série WandaVision (2021) - é ideal que você tenha visto pelo menos os dois últimos para entender melhor o atual. Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) acaba se envolvendo e tendo que proteger America Chavez (Xochitl Gomez), nova personagem introduzida ao MCU que tem o poder de viajar entre os universos. Não demora muito até que a gente descubra que, na verdade, é Wanda (Elizabeth Olsen) que está atrás do poder da jovem para buscar seus filhos imaginários.



A partir de agora eu preciso avisar que vão ter alguns *spoilers*. São leves, juro. Mas leia por sua conta e risco.


Terror, gore e muito Sam Raimi

Essa produção é, provavelmente, a que mais vai agradar os cinéfilos que também são fãs da Marvel. Sam Raimi dirige o filme e o acrescenta ao seu catálogo que contém a trilogia de Homem-Aranha (2002, 2004 e 2007) com Tobey Maguire e a vários clássicos de terror, como Evil Dead ou Uma Noite Alucinante (1981, 1987 e 1992), Arraste-me para o Inferno (2009) e Darkman - Vingança Sem Rosto (1990). Se você conhece algum desses, então sabe bem como é o toque de Sam Raimi.


Tobey Maguire e Sam Raimi trabalharam juntos na trilogia do Homem-Aranha. | Foto: Reprodução

Isso, na verdade, é um dos maiores pontos positivos de Doutor Estranho 2. Diretores consagrados que vieram para os filmes de herói não conseguiram fugir do épico e clássico da Marvel, mas Sam Raimi sim. Ele conseguiu unir seu terror, seu gore e seu humor ao universo dos super-heróis tão queridos. Além de referências aos quadrinhos, o filme também está cheio de lembranças a clássicos do terror - como O Chamado e Carrie, a Estranha, por exemplo - e aos filmes do próprio Raimi. Se America caindo no parapeito do prédio não te lembrou a Tia May do Tobey Maguire eu não sei o que te lembrou!


Isso sem falar na parceria antiga de Sam Raimi com Danny Elfman na trilha sonora - que, sinceramente, impecável. já tinha revolucionado a indústria de filmes de herói e de terror e parece que agora voltou para revolucionar mais uma vez o MCU. Não vejo a hora de ver como essa produção vai afetar as futuras do estúdio.



Cadê meus filhos?

A trajetória de Wanda foi o que mais me incomodou no filme e é, na minha opinião (clubista wandanática), o maior ponto negativo do filme. Esse enredo é um tanto quanto pobre e preguiçoso. Ao final de WandaVision vemos que a feiticeira se arrependeu de todo o mal que fez aos habitantes de WestView e que, tendo consciência da dimensão do seu poder, saiu em busca de entender melhor como usá-lo. Por isso, achei fraca e preguiçosa a justificativa de que o Darkhold foi o responsável por corrompê-la e transformá-la em vilã novamente. Isso sem falar na sua rendição ao final: assim como virou má de um dia para o outro, também voltou a ser boazinha num estalar de dedos. Uma coisa bem Sharpay Evans nos filmes de High School Musical. #JustiçaPorWanda

Wanda feminista dizendo apenas verdades. | Foto: Reprodução


"Eu entendi a referência"

Se tem uma coisa que esse filme tentou fazer foi dar o que os marvetes queriam e se você pegou todas as referências, meus sinceros parabéns. É tanta referência que chega a cansar a cabeça tentando pegar todas. Quando eu conseguia pegar alguma eu me sentia igual o Capitão América bem orgulhosa. Não quero dar esse tipo de spoiler porque acho que a experiência e a surpresa são mais legais sem saber nada, mas pode se preparar que tem muita participação mais que especial.


"Amo os gays LGBT, povo animado"

A gente sabe que representatividade não é lá o forte da Marvel, né? Mas parece que a realidade do estúdio está mudando. As novas gerações de marvetes têm exigido mais personagens LGBTQIA+ e (bem maquiado) estamos recebendo (migalhas). Seja com Eternos (2021), com a confirmação de que Loki é bissexual ou agora com America Chavez que, além de ser um membro confirmado da comunidade LGBTQIA+, é também filha de duas mulheres. Assim, as pouquíssimas menções a isso são bem rápidas e camufladas, mas já é alguma coisa, né?


Pin da bandeira LGBTQIA+ na roupa de America. | Foto: Reprodução

De maneira geral, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura é filme que agrada os cinéfilos e marvetes fãs do multiverso. Mesmo com alguns pontos fracos e em aberto no roteiro, de certa forma, entrega o esperado. Também é desses que exigem sua atenção por quase todo o tempo porque se você se distrair corre o risco de perder alguma coisa importante. Mas eu diria que vale a pena ver, sim - eu inclusive estou cogitando rever no cinema para ver o que não peguei -, principalmente se você pretende continuar assistindo aos filmes e séries do MCU rs.



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