Dia do Compositor Brasileiro: 5 compositoras que você precisa conhecer
Comemoramos o Dia do Compositor Brasileiro nesta quarta-feira (7). A criação da data foi sugerida pelo cantor e compositor Herivelto Martins, que fez parte da diretoria da União Brasileira de Compositores (UBC) na década de 1940. Quando pesquisamos sobre a composição brasileira, é fácil encontrarmos textos enaltecendo nomes como Villa-Lobos, Tom Jobim, Vinícius de Moraes, Caetano Veloso, Cartola, João Gilberto… São todos artistas de renome, com certeza, mas cadê as mulheres?
Vemos mais compositoras de peso em alta hoje em dia, seja no feminejo de Naiara Azevedo e Marília Mendonça, no pop de Manu Gavassi ou no rap de Karol Conka. No entanto, é sempre bom aclamar mais mulheres por aqui, não é? Então, de acordo com um decreto que acabei de inventar, passaremos a chamar a data de Dia da Compositora Brasileira (porque vai ter mulher, sim) e trouxemos cinco artistas fantásticas — que deveriam ser tão “cult” quanto João Gilberto e cia. — porque relembrar a presença feminina nunca é demais.
Dolores Duran
Dolores Duran é a compositora mais gravada do Brasil. Pois é, não é um homem mas uma mulher que tem esse título. Dolores era autodidata e cantava em vários idiomas, como inglês, italiano e espanhol, além de ser politizada e culta. Ela compôs várias músicas com Tom Jobim, como Se É por Falta de Adeus, Por Causa de Você e Estrada do Sol. Contudo, Castigo terminou sendo uma de suas composições mais regravadas, virando um dos clássicos da MPB.
Maysa
Maysa ficou para a música como uma grande intérprete, mas é impossível não abordar a faceta da artista como compositora. Escrever letras foi a maneira que a cantora encontrou para lidar com melancolia e decepções românticas, como podemos ver facilmente no seu álbum de estreia, Convite para ouvir Maysa (1956), que trouxe oito samba-canções compostos pela cantora. É um consenso entre os estudiosos que as desventuras amorosas de Maysa impulsionaram sua criatividade, com composições intimistas como Escuta Noel, Meu Mundo Caiu, Mundo Novo, Felicidade Infeliz e Diplomacia.
Ivone Lara
A hoje consagrada compositora carioca Ivone Lara enfrentou dificuldades no início de sua carreira na música: a artista teve de recorrer inicialmente a usar o nome do primo em autorias para escrever sambas entre 1930 e 1940. Ela chegou à música enquanto trabalhava como enfermeira, participando de rodas de samba nas horas vagas. Ivone Lara passou a compor para a escola de samba Império Serrano e, em 1965, se tornou a primeira mulher creditada na autoria de um samba-enredo com Os cinco bailes da História do Rio.
Rita Lee
Rita Lee, ninguém menos que a Rainha do Rock Brasileiro, começou sua carreira musical em 1963, passando pela formação de várias bandas até estourar com Os Mutantes. Ao lado dos integrantes da banda de rock, Rita Lee emplacou grandes sucessos até se lançar na carreira solo em 1970. O disco Fruto Proibido (1975) mostrou ao que ela veio e, desde então, Rita é conhecida por brincar com gêneros e transitar livremente pelo rock, blues, pop e MPB.
Vanessa da Mata
Vanessa da Mata é outra muito aclamada por seu canto, quando também é importante reconhecê-la como uma compositora habilidosa. As conhecidas Não Me Deixe Só, Ai, Ai, Ai e O Tal Casal são todos singles autorais da artista. Em 2015, com 14 anos de carreira, os cinco álbuns de Vanessa tinham todos vendido pelo menos 100 mil cópias cada. Em entrevista ao O Tempo, ela comenta que notou essa mudança no foco de seu trabalho: “A mulher compositora ganhou força de dez anos pra cá. Eu ganhei muita. Nem 20% do meu trabalho é regravado. Hoje todo mundo respeita a minha condição de compositora”.
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