Dia da Língua Portuguesa: 8 escritoras lusófonas que você deve conhecer
O Dia da Língua Portuguesa é comemorado nesta quinta-feira (10), em homenagem a Luís de Camões. (Não confundir com o Dia Nacional da Língua Portuguesa — que é 5 de novembro — e com o Dia Internacional da Língua Portuguesa — que é 5 de maio.) Na verdade, a data marca muitas celebrações: 10 de junho também é Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Então que tal comemorarmos hoje o que nossos ex-colonos nos deram de melhor: a língua portuguesa? Selecionamos uma escritora de cada país membro da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), com exceção da Guiné Equatorial, para você conhecer a literatura de mais nações lusófonas, além dos nossos já familiares autores brasileiros e portugueses.
Angola: Isabel Ferreira
Isabel Ferreira é mais conhecida por sua escrita, mas a artista também tem formação em Teatro e Direito, além de um histórico de experimentação na música. Isabel se envolveu no combate à colonização portuguesa, e manteve a preocupação política ao assumir o ofício de autora. Suas obras expõem tradições angolanas com muito orgulho — a autora costuma vestir trajes típicos do país em eventos — e levanta questionamentos econômicos e de incentivo à cultura e literatura nacional.
Brasil: Ana Maria Machado
A gente já está careca de saber escritoras brasileiras, né? Eu poderia falar de Cora Coralina ou Clarice Lispector, mas preferi selecionar uma autora que muita gente conhece sem saber que conhece: Ana Maria Machado. A escritora de literatura infantil acumula prêmios valiosos da área, como o Prêmio Hans Christian Andersen e o Prêmio Jabuti de Literatura, além de ocupar a cadeira número I da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Cabo Verde: Vera Duarte Pina
Vera Duarte Pina, formada em Direito, é mais conhecida por sua trajetória na política e na luta pelos direitos humanos, mas ela também aliou suas preocupações sociais à escrita para criar poemas sobre a vivência feminina e as dificuldades causadas pelo machismo no cotidiano. O destaque da poesia de Vera Duarte Pina são seus versos considerados “delicados”, mesmo na hora de criticar.
Guiné-Bissau: Odete Semedo
Odete Semedo faz questão de apresentar-se como professora universitária e escritora — nessa ordem. A autora também é pesquisadora e se envolve em estudos sobre educação. Fora da academia, Odete Semedo é versátil e escreve tanto prosa quanto poesia, e sua escrita valoriza tanto o ancestral quanto o “herdado” ao fluir o texto em português e em crioulo guineense.
Moçambique: Sónia Sultuane
Sónia Sultuane é artista plástica e poetisa. Críticos enxergam nos seus versos figuras concretas, de maneira similar às esculturas criadas pela artista. Sónia Sultuane aborda, em geral, a presença da mulher na sociedade moçambicana. Muçulmana, ela também retrata questões religiosas e a variedade de crenças.
São Tomé e Príncipe: Conceição Lima
Conceição Lima é poetisa e jornalista, licenciada em estudos afro-portugueses e brasileiros pelo King's College de Londres. A autora defende abertamente a luta da mulher na literatura e poesia, e critica a dominação masculina na área em São Tomé e Príncipe. Engajada politicamente, Conceição Lima debate em suas obras a influência duradoura do colonialismo e da escravidão no seu país, questionando a independência real de São Tomé e Príncipe.
Timor-Leste: Cidália da Cruz
Pouco se sabe sobre Cidália da Cruz, então mostramos acima a capa do seu primeiro livro, publicado em 2012. A autora timorense é jovem e chamou a atenção do público-leitor do país asiático ao vencer o Prêmio Literário Ruy Cinatti, cuja proposta é descobrir novos talentos literários no Timor-Leste. Cidália da Cruz também participou do Concurso Escrever História em Língua Tétum com a obra Sou Nada ou Nada Sou?.
Portugal: Florbela Espanca
Florbela Espanca foi uma poetisa à frente de seu tempo por quebrar padrões de gênero. Ela conquistou espaços tidos como masculinos em Portugal ao ser a primeira mulher a entrar no curso de Direito da Universidade de Lisboa, e escrever para jornais. A poesia de Florbela Espanca chocava por abordar erotismo e a melancolia, sempre focado na figura feminina.
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