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Desafio: 12 livros escritos por mulheres para ler em 2021

Novo ano, novas metas! Atire a primeira pedra quem nunca planejou ler 50 livros por ano e não conseguiu. Mas se a gente fizer um desafio coletivo pode ficar mais fácil ou, pelo menos, mais motivador. É por isso que o Telas separou uma lista com 12 ótimas sugestões de leituras escritas ou organizadas por mulheres para acompanhar o ano de 2021. É um título para cada mês do ano. Ainda deixamos dois exemplares a mais para quem finalizar o desafio antes do tempo.


Ah, e se você comprar algum livro pelo link do Telas, você ainda ajuda a financiar o nosso projeto!


Confira 12 livros escritos por mulheres para ler em 2021:



Elas em legítima defesa, de Sara Stopazzolli


O extremo da violência doméstica é o feminicídio. Ou, em alguns raros casos, o assassinato do agressor. Porém, não é difícil perceber que muitas vezes, o destino de relacionamentos abusivos é a morte. Por isso, Sara Stopazzolli resolveu entrevistar seis mulheres que tiveram que cometer o homicídio de seus companheiros, a fim de salvar a própria vida. Elas em legítima defesa é extremamente real, abordando desde o início do relacionamento até o dia do crime. É uma leitura tão impactante, que inclusive virou crítica aqui no blog. Definitivamente é uma obra que vai te fazer pensar muito em 2021!



Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, de Carolina Maria de Jesus


Todo o mundo deveria ler Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada, pelo menos, uma vez na vida. A obra é um retrato da própria autora, a mineira Carolina Maria de Jesus, que viveu parte da fase adulta com seus três filhos em São Paulo, na comunidade do Canindé, como catadora. Publicado em 1960, possui linguagem simples e comovente para falar da realidade de milhares de mulheres pretas brasileiras sob a ótica do cotidiano cruel da vida de Carolina. É uma obra contundente, forte e essencial para quem se engaja na luta antirracista, sobretudo, quem está começando.


Garota Exemplar, de Gillian Flynn


Suspense e apreensão permeiam essa história. O livro, que já ganhou uma adaptação em 2014 para os cinemas com Rosamund Pike e Ben Affleck nos papéis principais, ganhou notoriedade quando ultrapassou as vendas do Cinquenta Tons de Cinza e se tornar o livro mais vendido na Amazon. A história gira em torno da relação do casal Amy e Nick Dunne. Quando Amy desaparece no 5º aniversário de casamento, a atenção da mídia é voltada para Nick e sua apatia quanto à situação e, rapidamente, ele se torna o principal suspeito. Com várias reviravoltas e possibilidade de criação de teorias mirabolantes, o livro vai te prender do início ao fim e, se você ainda não conhece a história, vai se surpreender no final!


Kindred: Laços de Sangue, de Octavia E. Butler


Os fãs de ficção científica de carteirinha já devem ter ouvido falar dos livros da Octavia Butler. A escritora possui diversos livros do gênero publicados e, mais do que trazer em suas histórias momentos de fantasia, a autora usava os seus textos para levantar discussões e fazer paralelos importantes com a realidade da população preta ao redor do mundo. A leitura de Kindred: Laços de Sangue, lançado em 1979, pode trazer mais semelhanças com o mundo de 2020 do que queremos acreditar. Por isso, para além de ser muito bem escrito dentro do gênero à qual pertence, também é muito desanimador encontrar tanta paridade entre a vida da personagem principal e o mundo atual. Na trama, Dana e seu marido passam por uma mudança e, ainda enquanto desfazia as malas, ela sente uma sensação estranha e parte para outra realidade. A experiência vivenciada pela personagem parece ter durado uma eternidade, mas quando ela retorna para a atualidade se passaram apenas alguns minutos. É nesse ciclo entre o que é real ou não que a história se desenrola durante todo o livro.


O Conto da Aia, de Margaret Atwood


Você com certeza conhece a série The Handmaid’s Tale ou O Conto da Aia, né? A produção norte-americana é, na verdade, inspirada no livro homônimo escrito por Margaret Atwood em 1985. Mesmo já tendo algumas décadas para a conta, o romance distópico trata de uma temática extremamente atual - tanto que foi adaptado para o audiovisual. A história se passa em um Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são, basicamente, propriedade do governo e não têm nenhuma liberdade ou autonomia. A obra é uma ótima forma de refletir sobre a sociedade atual e essa ascensão do totalitarismo religioso, mas sem ter aquela carga real. Afinal, a gente precisa fugir da realidade, né?


Querem nos calar: Poemas para serem lidos em voz alta, organizado por Mel Duarte


Ainda está muito travada na leitura? Que tal tentar pegar o ritmo com um livro de poesias? A antologia Querem nos calar: poemas para serem lidos em voz alta reúne poesias de 15 mulheres slammers de todas as regiões do Brasil, foi organizada por Mel Duarte e tem prefácio escrito por Conceição Evaristo. Os chamados poetry slams são batalhas de poesia falada com temática livre que tem como destaque temas como racismo, machismo e desigualdade social. E vamos de acompanhar a produção feminina e brasileira de slam!


Boa Noite, de Pam Gonçalves


Se tiver procurando um livro de leitura leve mas cheio de debates e temas importantes, então, certamente vai gostar de Boa Noite da Pam Gonçalves. A autora começou na internet fazendo resenha de livros em seu canal no YouTube e agora conta com vários livros lançados. No livro, conhecemos a história de Alina. Uma jovem que acaba de entrar na universidade para o curso de Engenharia da Computação, em uma turma repleta de garotos que não acreditam que mulheres podem entender de números. Além de festas, bebida e azaração, que ela esperava nessa nova fase de sua vida, uma página de fofocas é criada na internet, e mensagens sobre abusos e drogas começam a pipocar. Alina não tinha como prever que seria tragada para o meio de tudo aquilo nem que teria a chance de fazer alguma diferença. De forma super despretensiosa, conhecemos um pouco mais de Alina e vemos ela travar uma batalha que nós, mulheres, conhecemos bem, o machismo.


A cabeça do Santo, de Socorro Acioli


Que tal viajar para o Ceará junto com Socorro Acioli? A autora cearense é jornalista, tradutora, mestra em Literatura (UFC), doutora em Estudos de Literatura (UFF). Grande parte de suas obras literárias são infantis e juvenis. No livro A Cabeça do Santo, conhecemos Samuel, um jovem que sai do Juazeiro do Norte rumo a Candeia, pagar uma promessa à mãe falecida. A promessa consiste em acender três velas aos pés das estátuas de santos que estão no Ceará. A de padre Cícero em Juazeiro do Norte, a de são Francisco em Canindé e a última a de santo Antônio na fictícia Candeia. Mas Samuel também leva consigo os nomes da avó paterna (Niceia) e do pai desconhecido, que abandonou sua mãe ainda grávida. Com a ajuda de seu fiel amigo Francisco, filho de Chico Coveiro, os dois transformam Candeia em ponto turístico religioso, trazendo benefícios a cidade, mas também o ódio de pessoas poderosas e malvadas do lugar.


As Boas Mulheres da China, de Xinran


As Boas Mulheres da China é um livro emocionante. Sei que essa introdução pode aparecer apelativa e sensacionalista, mas não tem outra forma de descrevê-lo. O livro reúne cartas e relatos de chinesas ouvintes do programa de rádio para mulheres da jornalista Xinran nos anos 1980. Cada capítulo é uma história diferente, que pode ser dramática, trágica, cômica... Recomendo As Boas Mulheres da China como uma boa oportunidade de dar uma variada na sua estante com uma autora asiática. A leitura é bem dinâmica, mas já aviso que pode pesar em alguns momentos porque alguns casos de machismo são muito chocantes. Mesmo assim, existem algumas verdades que precisam ser lidas, e não chegam até nós por barreiras culturais.


As Luas de Júpiter, de Alice Munro


As Luas de Júpiter é uma coletânea de crônicas de Alice Munro, autora canadense vencedora do Nobel de Literatura de 2013 — aliás, ela é a 13ª mulher a ganhar o prêmio. Os casos são bem diversos e, em geral, evocam a imagem da mulher branca de classe média e seus sofrimentos sob a dominação masculina. Considerando o contexto de Alice como uma mulher de mais de 80 anos do Canadá, dá para entender o porquê de suas críticas tímidas e veladas, em vez de assumir abertamente a militância. Ao mesmo tempo, questionar o livro por ser branco demais é extremamente plausível, mas ainda acredito que vale a pena a leitura para entendermos o que o Nobel e seu júri considera merecedor do prêmio — especialmente quando se trata de nós, mulheres.


Prólogo, ato, epílogo: Memórias, de Fernanda Montenegro


No marco de seus noventa anos, as memórias de Fernanda Montenegro trazem o frescor de uma artista eternamente genial. Mas o que poucos imaginam é que, atrelados a história dela, está a história do teatro brasileiro. Fernanda encarna o melhor do Brasil. Não surpreende que alguém que passou a vida memorizando textos tenha desenvolvido notável capacidade de rememorar com sutileza fatos ocorridos décadas atrás. A atriz que há anos encanta multidões em palcos e telas pelo mundo agora se mostra uma contadora de histórias de mão-cheia.


Abuso: A cultura do estupro no Brasil, de Ana Paula Araújo


Por que o estupro é um crime ainda tão comum no Brasil? Por que a vítima muitas vezes é tão – ou mais – julgada pela sociedade do que o próprio criminoso? Por que é tão difícil fazer uma denúncia? São perguntas que Ana Paula Araújo tenta responder em seu livro. Mãe de uma menina, a jornalista, que faz parte da bancada do Bom Dia Brasil, da TV Globo, pesquisou durante quatro anos para poder lançar o trabalho, com coragem e sem meias-verdades, que alerta as pessoas sobre a urgência e a importância que é a luta contra essa cultura alarmante. A obra é uma reportagem que trata do medo e vergonha das vítimas, de como elas são julgadas e muitas vezes culpabilizadas pela sociedade e pelo poder público, das dificuldades para denunciar, dos caminhos para superar o trauma e seguir em frente e como atitudes tão entranhadas em nossa sociedade geraram uma verdadeira cultura do estupro em nosso país.


Mulherzinhas, de Louisa May Alcott (Bônus)


O clássico de 1868 fala sobre a vida de quatro irmãs: Jo, Beth, Meg e Amy. A obra é um relato do dia a dia da família — o Natal sem o pai (que foi para a guerra); a chegada de amigos novos; a relação com a avó das garotas; o envelhecimento. Existem algumas adaptações para o cinema, sendo a mais recente a de Greta Gerwig, lançada ano passado. O filme tenta dar um ar mais feminista e empoderado à história de Jo, porém, de toda forma, a conquista de Louisa May Alcott de conseguir publicar um livro no século XIX é inegável.


Rita Lee: uma autobiografia, de Rita Lee (Bônus)


Que Rita Lee é uma das principais artistas brasileiras de todos os tempos, todo mundo sabe. Mas a vida dessa cantora e compositora renomada pode trazer diversos outros ensinamentos, sobretudo a classe artística, como definiu o jornal A Folha de São Paulo, em 2016, data de lançamento do livro. A autobiografia apresenta memórias de uma mente brilhante, sincerona e à frente do seu tempo. O livro passou quatro meses no topo dos mais vendidos na categoria não ficção e também foi editado em terras portuguesas. Além disso, ganhou o prêmio de melhor biografia da Associação Paulista de Críticos de Artes - APCA. É um prato cheio para degustação de uma artista que se retirou dos palcos há oito anos e se isolou da humanidade bem antes da pandemia do novo coronavírus.



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Listas semanais com dicas selecionadas sobre filmes, séries, músicas, livros e peças teatrais. É nessa categoria que você descobre sugestões do que assistir nas plataformas de streaming ou o que fazer em um dia atoa em casa.



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