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Foto do escritorJéssica Riquena

Crítica: RED - Crescer é uma Fera representa as garotas de 13 anos?

Deixa eu adivinhar, seu maior sonho com 13 anos era conquistar a sua independência e, muito provavelmente, ir morar em um apartamento super descolado com seu grupo de amigas. Acertei? Eu tenho 99,99% de certeza que sim. Esse era o meu sonho também e, como vemos em RED - Crescer é uma Fera (2022), é a maior vontade da Meilin Lee (Rosalie Chiang).


A nova animação da Pixar tem a direção e roteiro de Domee Shi – que também dirigiu os curtas Bao (2018) e Purl (2018) – e produção de Lindsey Collins. No longa, conhecemos a história de Mei, uma jovem com 13 anos que precisa lidar com a superproteção da sua mãe enquanto vive com toooodas as mudanças que podem acontecer com uma garota de sua idade.


Quando você pensa que a situação não pode piorar, Mei descobre um “superpoder”: ela se transforma em um panda vermelho gigante quando fica irritada. Algo bem fácil de lidar, né? Só que não. Ela precisa lidar com as investidas ainda mais severas de sua mãe Ming Lee (Sandra Oh) e com mais essa transformação na sua vida.



Esse é o ponto de partida do filme que, como você deve imaginar, aborda muito a relação de mãe e filha vivida entre Mei e Ming. Então, se você esperava mais um clichê da Pixar, você acertou completamente. O filme é absolutamente tudo o que um roteiro padrão da produtora deve ter: drama familiar? Check! Reviravoltas? Check! Momentos perfeitos para você chorar? Check também! Final feliz? Obviamente que sim! Mas, será que por isso ele é um filme mediano? Absolutamente não!


RED te dá todos esses altos e baixos, as cenas emocionantes e tudo que um filme animação do estúdio tem direito, mas eu sinto que ele não toca na ferida. Ou, pelo menos, não tocou nas minhas feridas. Eu, que sou uma chorona assumida, derrubei pouquíssimas lágrimas com o filme – diferente de Encanto (2021) que me fez chorar literalmente do início ao fim.


E não pense que você não vai se identificar com a história da personagem, como eu disse no início do texto, a Mei representa bem as garotas da sua idade. A questão é que, para mim, a história não deu aquela travada no estômago e sensação de “meu deus o que eu estou fazendo da minha vida” que sinto com alguns filmes da empresa. Mas, se você precisa de algum motivo para não desistir de ver esse filme, aqui vão alguns.


O visual do filme


O longa é lindo, como grande parte dos filmes da Pixar são. As cores são lindas, o estilo de animação usado é MUITO fofo e tudo se completa com a história. Mei é uma garota de ascendência asiática e a cultura de sua família está muito presente em sua casa, suas ações, sua rotina, em sua vida como um todo. Então, o visual do filme ajuda a contar essa história e nos ambientar nesse universo que pode parecer desconhecido para algumas pessoas. Super ponto positivo.



Disney e Pixar querendo representatividade (até certo ponto)


E bota até certo ponto nisso. Vocês já devem ter ouvido das recentes polêmicas da empresa e de como eles simplesmente barram qualquer gota de representatividade LGBTQIA+ dos seus filmes (e até os últimos anos qualquer outro tipo de representatividade). Priya Mangal (Maitreyi Ramakrishnan), uma das melhores amigas de Mei, é queer. No filme, isso é mostrado em entrelinhas bem discretas e foi confirmado, claramente, depois que o filme foi lançado e muitas pessoas vieram questionar. Bem, é só somar 2+2 para saber que a culpa não é das pessoas que trabalharam no filme e, sim, do alto escalão da Disney.


Você não terá uma crise existencial (eu acredito)


Como eu disse, RED foi um filme da Pixar bem seguro para o meu emocional. Não terminei de assistir ao filme duvidando até da capacidade da minha sombra de, bem, ser uma sombra. Então, eu acredito que dá pra assistir tranquilo sem ter que se preocupar em fazer uma sessão urgente com sua terapeuta. Claro, deixo aqui o aviso para as pessoas que não tiveram ou não tem uma relação muito boa com os seus pais. No final, as coisas no filme se resolvem, mas a gente sabe que na vida não é bem assim :/ Então, fica a sua escolha.


Onde assistir? Disney+



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