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Crítica: Rachel Reis leva arrocha e pagodão baiano ao cenário pop solar de "Meu Esquema"


A cantora baiana Rachel Reis é uma das revelações da música brasileira de 2022, mas se você acompanha o Telas Por Elas sabe que ela dá as caras por aqui desde 2020. Nesta terça-feira, ela lançou seu disco de estreia, o ótimo "Meu Esquema".


No álbum, que tem 12 faixas escritas por Rachel, a artista aposta no pagodão baiano, arrocha e samba para levar muito balanço à MPB e por que não reinventar a música brasileira.



Produzido por Barro e Guilherme Assis, o trabalho fala bastante de amor de maneira leve e acolhedora. Ele é bem pop, não só musicalmente, mas também visualmente. O disco chega ao mundo com uma espécie de álbum visual, que contempla todas as faixas, sob direção de Lu Villaça.


Depois da abertura "O Canto da Sereia", as faixas que começam o disco já são conhecidas dos fãs, as suingadas "Lovezinho" e "Pelo". As duas já haviam sido divulgadas antes e davam o tom do que podíamos esperar do disco.


"Brasa", com a cantora Céu, vem em seguida e marca um dos pontos altos do disco. "Que culpa tenho eu se tu é morno, aquece comigo", diz trecho do refrão que anuncia uma pessoa quente que não se contenta com amores, nem transas pela metade. O papo se repete em "Não Venha Pela Metade", a sexta música do disco.


A letra e batida pegajosa "Bota Pagodão Ponto Net", a quinta e mais pop faixa do projeto, tem tudo pra se tornar viral no TikTok. "Desce com a mão no cabelo, sobe jogando pra trás, dá aquela tremidinha que só a tua rabeta faz" é muito coreografável e pode virar trend na plataforma de vídeos. É lá que os novos hits se formam hoje, né?


Seria Rachel a próxima Marina Sena, ou seja, a próxima artista a levar a MPB à lista das mais ouvidas?


"Amor Sem Barreiras" é um pagodinho que chega para acalmar os ânimos e convidar os fãs para amar sem fronteiras -- e sem preconceitos, tá? É o melhor momento do álbum visual disponível no YouTube.



"Flerte" mantém a paixão em alta. Tem a vibe daquela paqueira que você avista de longe e quer se aproximar e fazer o outro se apaixonar.


O trio final do disco tem as melhores letras. "Consolação", a minha favorita, é uma mensagem de amor-próprio e busca por se colocar como protagonistas de si próprio. "Aqui no meu palco particular, ninguém brinca de artista", avisa a cantora de Feira de Santana (BA).


"Som", a penúltima música do CD, reforça que "Meu Esquema" é um disco com letras que grudam na cabeça, além de ser extremamente solar e que cheira a maresia -- já fazendo um trocadilho com o principal sucesso da artista que foi lançado em 2021 e ficou de fora do álbum. Talvez o erro deste setlist. "Maresia" dialoga perfeitamente com as 12 canções do projeto.


"Serenidade" pode virar trilha de qualquer viagem à praia. Quem sabe uma viagem à Bahia? A última faixa do disco é um mantra pro hoje e amanhã. Que combina com o canto doce de Rachel

Lançado pelos selos Alá e Zelo com distribuição da Altafonte, "Meu Esquema" é um dos melhores álbuns brasileiros do ano. E Rachel dá mais um passo rumo a consolidação de sua carreira. Não é à toa que ela virou uma das queridinhas dos festivais Brasil afora. Ela, por exemplo, é umas atrações do "Rock The Mountain" em novembro na cidade de Petrópolis (RJ).


O disco de estreia da cantora indicada à categoria Revelação do "Prêmio Multishow" tem tudo para hitar, se não agora, no próximo verão!



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