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Critica: o que achamos da terceira e última temporada de Baby?

A terceira e última temporada de Baby chegou na Netflix na última quarta-feira (16) pronta para dar um desfecho na história de Chiara e Ludovica e é claro que a gente preparou uma crítica sobre o final da trama.


Qual será o final de Chiara e Ludovica? | Foto: Reprodução

Quando estreou em 2018, a série deu o que falar, e o motivo? A trama foi toda baseada em uma história real!


Em 2014 ocorreu o escândalo “Baby Squillo”, que envolveu o marido da neta de Mussolini num esquema de prostituição de menores que aconteceu na capital Italiana, quando foi descoberto que duas adolescentes se prostituiam para comprar artigos de luxo. Mas para a série, a história não aparece de forma literal, pois algumas mudanças foram feitas para dar um efeito dramático e prender a atenção do espectador.


Só pela sinopse e história por trás da série a gente já sabe que ela aborda um tema bastante complicado e polêmico. Mas preciso dizer que ela vai bem além disso, na verdade o foco de Baby é mostrar como as relações podem ser verdadeiras e conturbadas, sendo elas familiares, amorosas ou de amizade.


Amizade entre as protagonistas é intensificada a cada episódio. | Foto: Reprodução

Um aviso importante: esta crítica não contém spoilers!

Os primeiros episódios são um verdadeiro caos! Todos sendo acusados de tudo e o mundo dos personagens começa a cair aos pouquinhos e isso faz com que a gente sinta vontade de continuar assistindo pra saber onde tudo vai dar. Mas acredito que ainda assim, dava pra dar uma encurtada nas cenas para que os episódios fossem menores.


Por se passar na elite de Roma, a série mostra como os personagens se preocupam com as aparências. Há uma forte presença do medo de que alguns segredos sejam revelados e que de certa forma, manchem a reputação. Por exemplo, a mãe de Chiara mais preocupada com sua campanha política do que com a filha envolvida em prostituição. Ou o reitor do colégio preocupado com a imagem que a instituição teria se soubessem que alunas se prostituem ou invés de se preocupar com a saúde psicológica das mesmas. (Isto não é spoiler!)


Lá no começo da série conhecemos Chiara e Ludovica de uma forma totalmente diferente do que veremos na temporada final. Para relembrar, Chiara era uma menina que se encaixava nos padrões de beleza, rica, tinha uma família aparentemente perfeita, fazia parte do grupo popular da turma, era uma das melhores alunas e pensava bastante antes de agir. Já Ludovica era uma menina “diferentona”, sofria bullying por um vídeo de sexo vazado na escola, não tinha as melhores notas da turma, andava sozinha pelos corredores, todos sabiam que sua mãe dela passava por dificuldades emocionais após o divorcio, não existia uma relação muito boa entre mãe e filha e diferente de Chiara, agia de forma bastante inconsequente.


Mas um dos pontos positivos da série é mostrar que nem tudo é perfeito como a gente acha. Chiara mesmo levando uma vida aparentemente perfeita, sofria com as traições do pai e vivia em uma grande crise existencial. E isso ocorre não só com ela, outros personagens também passam por dilemas que nos fazem ver que a vida nem sempre é um mar de rosas como imaginamos. E isso aparece ainda mais forte na última temporada.


Brando, Fabio, Damiano e Niccolo assim como Chiara e Ludovica, enfrentam seus maiores dilemas na série. | Foto: Reprodução

Mas afinal, o que achamos do final de Baby?


Falando mais precisamente dos últimos episódios, podemos dizer que a série propõem uma inversão de papéis entre Chiara e Ludovica. Como falamos acima, Chiara era uma menina que pensava bastante antes de agir e vivia uma vida aparentemente perfeita e Ludovica vivia em uma fase bastante conturbada. Aposto que no começo da série, você achou que seria Ludo que iria querer permanecer na prostituição e até que convenceria a amiga a ficar também, mas não é isso que acontece.


Um dos pontos fortes da série é mostrar que ações possuem consequências, tanto para os adultos quanto para os jovens da trama. O desfecho de cada personagem foi necessário para que entendêssemos a evolução de suas personalidades ao longo das três temporadas. São personagens complexos que possuem os mais variados defeitos, o que muitas vezes pode nos fazer olhar de forma diferente para cada um deles.


Baby é uma série sobre as intensidades dos relacionamentos. | Foto: Reprodução

A série não romantiza prostituição infantil, muito pelo contrário. Em muitos episódios sentimos raiva e questionamos o motivo das meninas estarem tão envolvidas com esse universo. Acredito que seja até por isso que sentimos dificuldade de nos simpatizar mais com Chiara e Ludovica, mesmo quando elas são extremamente carismáticas.


O final de Baby vem para mostrar que todos os atos tem consequências, até mesmo em uma série da Netflix. Mas a mensagem principal da trama é nos fazer ver que mesmo nos altos e baixos da vida são os relacionamentos que nos trazem apoio e aprendizados. A série possuiu sim o enredo principal na prostituição, mas são os relacionamentos afetivos que são os maiores protagonistas desta produção italiana.


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