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Foto do escritorVanessa Barcellos

Crítica: “A Barraca do Beijo 2” superou as expectativas?

Se você é uma daquelas pessoas que não dispensa uma boa comédia romântica, então certamente conhece “A Barraca do Beijo”, filme original da Netflix. O primeiro filme foi lançado em 2018 e logo de cara, a história de Elle Evans (Joey King) conquistou um público forte na plataforma. E para alegria de muitos, nesta sexta-feira (24), a trama ganhou uma continuação!


Os fãs estavam ansiosos pela segunda parte da história, e isso foi fácil de ser notado pela repercussão nas redes sociais. Seja no Facebook, Instagram ou Twitter o assunto era #BarracaDoBeijo2, e ai de você se não se esquivasse bem, porque os spoilers estavam alí escancarados, juntos é claro, de críticas e elogios. Será que as expectativas para a segunda parte foram alcançadas?


Elle Evans interpretada por Joey King é a protagonista e narradora do filme. | Foto: Reprodução

#ALERTA SPOILERS! Assim como nas redes sociais, este texto está repleto de spoilers. Então se você ainda não assistiu, recomendamos que primeiro veja o filme e depois confira nossa crítica, afinal, ninguém gosta de levar spoilers, não é mesmo?


A Barraca do Beijo 2


Ainda no primeiro filme, conhecemos três personagens divertidos e carismáticos: Elle, Noah (Jacob Elordi) e Lee (Joel Courtney). E admito, foi difícil não querer saber mais sobre eles e também sobre o que aconteceu com cada um após o final da primeira parte. E é relembrando os momentos vividos por eles no primeiro filme que “A Barraca do Beijo 2” começa. A continuação manteve a narração de Elle, e logo de cara podemos perceber que ela continua intensa, divertida, carismática e atrapalhada como sempre.


Joel, Joey e Jacob nos bastidores do primeiro filme. | Foto: Instagram

Elle relembra pra gente que Noah foi para Boston estudar em Harvard, e que ela e Lee estão mais unidos do que nunca, junto com Rachel (Meggane Young), namorada de Lee. E é em torno disso que a trama gira. Mostrando a vida de Elle sem seu namorado, enfrentando as dificuldades de um relacionamento a distância, lidando com suas inseguranças e uma indecisão que faz com que a protagonista se pergunte qual será seu próximo destino após o último ano do ensino médio: Harvard, para ficar mais próxima de Noah ou Berkeley, como havia planejado com Lee desde que descobriram que suas mães estudaram lá juntas.


Depois de agir com total influência no convívio dos personagens masculinos na trama anterior, Elle finalmente começa a seguir suas próprias vontades e entendendo que suas decisões precisam ser feitas sem precisar agradar ninguém. Essa luta pelo alcance de maturidade da protagonista circunda pelas questões citadas no parágrafo anterior, ou seja, Elle precisa amadurecer enquanto lida com o namoro a distância, na decisão de qual faculdade escolher e em outras questões que falaremos a seguir. O roteiro foi escrito pelo próprio diretor Vince Marcello, em conjunto com Jay Arnold. Mas cá entre nós, com 2h12min de duração, dá tempo suficiente de desenvolver o amadurecimento de Elle e as questões particulares dos outros personagens né?


O filme está repleto de elementos visuais que ajudam a tornar a história mais dinâmica, como a troca de mensagens de textos, elementos para sinalizar os jogos e clipes musicais. A narração da protagonista, é bem intercalada com as cenas, o que ajuda o telespectador a entender os pontos de vista de Elle e permanecer ao lado dela durante toda trama.


Os personagens


Além do trio principal, temos Rachel, namorada de Lee, personagens carismáticos na escola, o novo círculo de amigos de Noah em Boston e as novidades principais do filme: Chloe (Maisa Richards) e Marco (Taylor Zakhar Perez), ambos fazendo supostos interesses amorosos de Noah e Elle.


A forma como Marco é inserido na trama, me incomodou um pouco. O personagem é debochado, carismático, divertido e repleto de talentos e isso poderia ter sido melhor explorado no roteiro. Assistindo o filme, não sabemos de onde ele vem e o motivo de ser transferido para a escola no último ano do ensino médio e admito, isso me deixou com uma pulga atrás da orelha. Conforme a trama foi rolando, percebemos que Marco é um personagem tão forte quanto Elle, Noah e Lee, e me desculpem os fãs de #Nelle (Noah + Elle), mas nesse filme o Marco foi muito mais cativante que o Noah e eu suspirei em muitas cenas dele com a protagonista.


Com Chloe também senti falta de explorar mais a personagem. Ela é segura de si, com muitas histórias pra contar e no final do filme se mostra uma amiga bastante sábia para Noah. Mas acredito que a falta de destaque a ela, foi para reforçar a dúvida se Noah havia traído ou não a namorada. No filme, enxergamos Chloe como uma desconhecida e até bastante metida. Mas por se tratar de uma história, narrada sob a perspectiva da Elle, essa falta de detalhes sobre Chloe ajuda a reforçar essa visão que a protagonista tem.


Taylor e Maisa nos bastidores da gravação. | Foto: Instagram

Falando da protagonista, podemos dizer que Joey King como Elle é fantástica. Agora, falando da personagem em si, é notório o amadurecimento de Elle na segunda parte do filme. Além de todo o drama vivido em seu relacionamento com Noah e ser a “empata-foda” do namoro do melhor amigo, o filme mostra uma das preocupações vividas por muitos adolescentes quando estão prestes a entrar para uma faculdade: a questão financeira. E é nesse momento que percebemos como Elle amadureceu, ela não só compreende que seu pai não poderá pagar uma universidade particular, como vai atrás de maneiras para garantir o dinheiro.


Nessa trajetória que o relacionamento com Marco se intensifica, já que ele aceita ajudar a protagonista com a competição de dança que dará um prêmio recheado em dinheiro. Mas acho que ainda sendo interessante de acompanhar o relacionamento dos dois através dessa competição, essa parte da história ficou “too much”. Tanta coisa acontece que uma ponta acabou ficando solta, o prêmio final da competição, fica todo para Elle? Pelo que parece no filme sim, já que não há nenhuma cena deles debatendo sobre a partilha do dinheiro.


O romance entre Elle e Marco. | Foto: Reprodução

Quando direcionamos o assunto para os irmãos Flyn, as opiniões se dividem. Ao meu ver, Lee foi um dos personagens que mais amadureceu. Mesmo quando não conta a Elle sobre as inseguranças de Rachel, percebemos que o personagem cresceu bastante desde o primeiro filme. Já o irmão… Noah ganhou pouco destaque e me pareceu mais “fraco” como personagem.


Um outro personagem que ganhou destaque mesmo tendo poucas cenas foi o Ollie (Judd Krok). O personagem vai de contramão ao que sempre é representado em um cara popular do ensino médio. No meio do filme percebemos junto com Elle, que ele sente atração por um colega de turma chamado Miles (Evan Hengst). O roteiro poderia ter explorado melhor esse relacionamento dos dois, mesmo com um final incrível com o beijo deles na barraca do beijo no final do filme.


O beijo que não ganhou o destaque que merecia. | Foto: Reprodução.

Todos do elenco parecem estar mais à vontade após dois anos de lançamento do primeiro filme. A química entre Joey King e Joel Courtney, continua fazendo diferença, parecendo de fato que são amigos de longa data. Outra química que fica evidente é de Joey com Jacob, que já namoraram também fora das telas.


O filme superou as expectativas?


O roteiro de “A Barraca do Beijo 2” é inflado de tantas coisas que acontecem ao mesmo tempo. Como por exemplo, a competição de dança que acaba sugando metade da história do filme, o mistério envolvendo um brinco misterioso, e claro, Elle atrapalhando a relação de Lee e Rachel. Não que ter tanta coisa assim seja chato de se ver, acredito que tudo foi apresentado de uma forma com que o espectador fique curioso pra saber onde aquilo vai dar, mas ainda sim, é muita coisa. Com tantos personagens incríveis, a 2h12min poderiam ser usadas para contar a história de cada um deles. Adoraria saber mais sobre a amizade de Chloe e Noah, ou ainda como Marco foi parar na nova escola ou conhecer mais sobre o Ollie e a descoberta de sua sexualidade.


Aconteceu tanta coisa no filme, que mesmo gostando de assistir, na metade do filme eu pensei “nossa já deve estar acabando” e olhei no relógio havia se passado apenas 55 minutos. No meio de tanta coisa, o filme traz também debates importantes como: lealdade, dificuldade financeira, homossexualidade, fidelidade e as responsabilidades de uma escolha. Ainda que não sejam grandes, o filme traz algumas reviravoltas para o espectador. Você começa odiando Chloe, Rachel e até Noah, mas no final, percebe que tudo depende do ponto de vista da história, e sendo ela narrada por Elle, tendemos a ficar do lado dela.


“A Barraca do Beijo 2” mantém o tom adolescente e ainda consegue nos arrancar suspiros como uma comédia romântica. A barraca, que na primeira trama foi um pretexto para unir os personagens, agora aparece apenas no final do filme mas mantém a responsabilidade de cenas importantes. O filme apresenta uma continuação digamos que bastante intensa cheias de tramas secundárias, mas cumpre com o papel que foi proposto para o segundo filme. Mas pelo primeiro filme ter sido tão bem encaixado, podemos dizer que as expectativas estavam um pouco altas demais e que por isso parece faltar algo.


“A Barraca do Beijo 3” confirmada!


Terminados as 2h12min de filme, uma dúvida fica na nossa cabeça: qual faculdade Elle irá escolher? Essa pergunta será respondida em “A Barraca do Beijo 3”! A notícia foi revelada neste domingo (26) e confirmaram a terceira parte do filme que inclusive já foi toda gravada em segredo junto com a segunda parte. A Netflix prometeu que a próxima trama da comédia romântica chegará na plataforma em 2021! Confira o clipe divulgado:



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