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Com mistério e drama, Control Z terá segunda temporada

Em uma sexta-feira, 22 de maio mais especificamente, estava passeando pela Netflix quando me deparei com Control Z. Não tinha ouvido nada sobre a série, nem sabia que ela tinha acabado de estrear, mas resolvi assistir.


Resultado: em menos de 24h tinha devorado os oito episódios, de cerca de 30 minutos cada, da mais nova produção mexicana do streaming. Para resumir a série, diria que ela é uma mistura de 13 Reasons Why com, claro, Gossip Girl, que dá muito certo. Não à toa, logo em seu primeiro dia, chegou ao top 10 dos mais assistidos na Netflix Brasil.


Se você está perdido, basicamente, Control Z conta a história das dinâmicas sociais do Ensino Médio do colégio Nacional. Tudo vai bem, populares sendo populares, excluídos sendo excluídos... Até que um hacker consegue invadir o celular de vários alunos e começa a divulgar os segredos mais profundos de todos, por meio de um perfil no Instagram. Entendeu o porquê da pegada Gossip Girl, né?


Acaba que Sofi (Ana Valeria Becerril), uma adolescente independente, excluída e com habilidades de observação alla Sherlock Holmes, se propõe a encontrar o culpado. Rapidamente, Javier (Michael Ronda), aluno novo, também com poucos amigos, se junta a ela nessa missão.

Sofi e Javier lideram a busca pelo hacker | Foto: reprodução

Entendo quem não tenha curtido a premissa - de verdade. Mas acho que vale a pena dar uma chance. O sucesso foi tanto que, em menos de uma semana de exibição, a Netflix confirmou a segunda temporada da série, por meio de um tweet bem fofo com o elenco. "Um hacker invadiu a minha reunião com o elenco de Control Z só pra dizer que a segunda temporada tá confirmada. Foi um de vocês?", disse a conta do streaming.


Esse texto, portanto, tem o objetivo de tentar explicar o boom da série e convencer você, que ainda não assistiu, a apertar o play.


Responsabilidade com temáticas sérias

Com um forte quê de 13 Reasons Why, a série se propõe a debater assuntos super sérios, mas cada vez mais presentes no cotidiano dos adolescentes. Porém, tudo isso é feito com muita responsabilidade - bem diferente da produção americana citada.


Em Control Z temos muitas conversas sobre sexualidade, depressão, bullying, violência, sexo e até mesmo corrupção. Sério, são vários tópicos interessantíssimos. A personagem principal, Sofi, por exemplo, está no processo de cura de uma depressão e isso é mostrado de forma bem verdadeira.

A personagem de Sofi não é estereotipada pela sua doença | Foto: reprodução

Sofi não é aquela típica menina gótica e antipática, como muitas vezes as mulheres deprimidas são retratadas. Ela ama vestir preto e é sim bem reservada, mas é engraçada e muito empática com todos. Porém, ao longo dos dias, crises de depressão e ansiedade aparecem, balançando um pouco a vida da adolescente. Portanto, acredito que eles representaram a doença de maneira sincera e responsável, até mesmo em cenas mais delicadas.


E, falando em cenas delicadas, a temática do bullying é uma das mais difíceis de assistir. Mas, apesar de embrulhar o estômago, acredito que traz um debate interessante e nenhuma narrativa parece ser jogada apenas para causar, como penso que 13 Reasons fez algumas vezes.


Se formos analisar em detalhes mais profundos, poderíamos achar um problema aqui ou ali. Mas vamos deixar isso para uma crítica futura, com spoilers - que não é o caso dessa.


Representatividade!


A representatividade é um dos pontos mais fortes da série, pelo menos no âmbito da sexualidade - já que, convenhamos, o elenco acaba sendo bem branco para uma série mexicana.


Mas, quando acertam, eles acertam mesmo. Em Control Z debatemos, de maneira natural, sobre ser transsexual atualmente, além de pensarmos bastante sobre a homossexualidade - e a diferença que ter isso assumido ou reprimido pode trazer para a pessoa e os demais à sua volta.

O elenco ainda bem branco de Control Z | Foto: reprodução

O mais legal é que, no caso da personagem trans - que, para preservar o mistério, não iremos revelar o nome - a atriz é, de fato, uma mulher trans. Parece óbvio, mas já é um avanço se comparado a outras séries da Netflix, como a própria La Casa de Papel.


De toda forma, o que mais tem é assunto para conversar. Desde a lésbica que deixa claro sua orientação para todos até ao menino que não consegue admitir nem para si mesmo que pode, lá no fundo, gostar de homens.


Porém, mais uma vez, deixamos claro que essa representatividade se dá, principalmente, na comunidade LGBTQI+. Será que na próxima temporada a Netflix se propõe a ter mais personagens pretos, indígenas e mestiços na série?


Amorzinho e drama adolescente


Por fim, para mim, o amorzinho e drama adolescente é também outro ponto positivo da produção. Sim, em meio a tantos mistérios e confusões, eles arranjam tempo para se apaixonar e se envolver. E, como um bom enredo mexicano, tem intriga, traição e uma espécie de triângulo amoroso.


Mas, novamente, sinto que os roteiristas conseguiram jogar isso de maneira natural no enredo. Não parece que o pseudo romance está lá apenas para cumprir um checklist. Esses envolvimentos amorosos fazem sentido e é fácil de acreditar que eles poderiam acontecer.

Casal que você shippa, depois odeia, depois shippa... | Foto: reprodução

Porém, esse também está longe de ser o foco. Até quando o assunto é a vida romântica de Sofi, há muito mistério, confusões e segredos. Ao longo da história, ficamos na dúvida, amamos e odiamos os mesmos personagens e somos, enfim, surpreendidos com as revelações.


Não é um plot twist de tirar o chapéu, mas é, definitivamente, o suficiente para te deixar intrigado. E, claro, Control Z - apesar de responder todas as perguntas que se propôs a responder na primeira parte - deixa outros importantes cliffhangers, que serão prato cheio para essa segunda temporada.


Ainda não temos previsão de estreia, principalmente após mudanças nas agendas de produções de todo o mundo pela pandemia do coronavírus. Mas, a expectativa é que a segunda temporada chegue ao streaming no fim de 2021 ou começo de 2022. Ou seja, bastante tempo para você conseguir ver e se apaixonar, né?


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