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85% das mulheres na música já sofreram discriminação, aponta UBC

Um levantamento que ouviu 256 profissionais da música no Brasil ilustra a gravidade da discriminação e do assédio na indústria. Prova disso é que 85% afirmaram já ter sofrido discriminação de gênero em algum momento da sua carreira. 76% das participantes também contaram já terem sofrido algum tipo de assédio no meio.


A edição 2023 do relatório do Por Elas Que Fazem a Música -- uma iniciativa da União Brasileira de Compositores (UBC) -- revela dificuldades e experiências pessoais de mulheres dispostas a contar em detalhes a realidade de um meio que é silenciosamente hostil a elas.



"A UBC apresenta um relatório de grande importância para o mercado fonográfico, que vai além e é também um retrato da sociedade. Um olhar profundo sobre a realidade da profissional mulher, musicistas, compositoras, intérpretes, produtoras, neste lugar. Os dados e os relatos mostram o quanto ainda estamos como mulheres, erroneamente, sendo vistas e tratadas. O relatório é mais um importante passo a ser dado rumo a um futuro mais justo para todas as mulheres do mercado. É preciso, precioso, esclarecedor, inteligente, impactante e empoderador. A UBC tem o compromisso e segue acreditando na inclusão, diversidade e principalmente no respeito entre todos, entre profissionais e no protagonismo feminino, em busca de equilíbrio e equidade" afirma Paula Lima, autora, cantora e presidente da UBC.


O levantamento aponta, entretanto, que há avanços relacionados à aceitação da diversidade de gênero. Quase a totalidade das respostas vieram de mulheres cisgênero, sendo a maioria delas heterossexuais (65%), seguidas de bissexuais (21%) e homossexuais (10%). As mulheres transgênero representaram 2% das respostas, sendo 1,5% delas bissexuais e 0,5% heterossexuais.


Com iniciativas como a pesquisa e o relatório anual Por Elas Que Fazem a Música, a UBC pretende ressaltar a necessidade urgente de equiparação de direitos, condições de trabalho e rendimentos entre homens e mulheres no mercado musical, algo que beneficiaria toda a cadeia produtiva.


"Março, o ‘mês da mulher’, acabou, mas o debate deve ser fomentado o ano inteiro. Temos acompanhado casos recentes de discriminação e assédio na indústria do entretenimento e essa análise mostra que no mercado musical não é diferente. Recebemos relatos fortes de mulheres igualmente fortes que participaram da pesquisa. Transformar essa dor em dados, nos mostra a urgência de debatermos novos modelos de pensamentos e relações." ressalta Mila Ventura, gerente de comunicação da UBC e coordenadora do projeto.


A pesquisa está disponível na íntegra no site da UBC.

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